• Há quem já peça a demissão do ministro. Oposição defende Levy
Júnia Gama - O Globo
BRASÍLIA- A reprovação da presidente Dilma às declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a respeito da desoneração na folha de pagamento promovida na gestão de Guido Mantega, repercutiu no meio político. Alguns petistas, que criticavam reser vadamente as ações de Levy, agora já se manifestam publicamente pela demissão do ministro. No PSDB, o sentimento é de que a crise se aprofunde com a discordância entre Dilma e Levy.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), criticou as declarações de Levy, mas diz que não há motivo para crise.
— Não é recomendável que um ministro faça críticas ao antecessor, mas isso não é razão para qualquer tipo de crise — disse Costa. — É um bom ministro, está fazendo um bom trabalho. Como ele mesmo diria, foi só uma "escorregadinha" — ironizou.
A deputada federal Luizianne Lins ( PT- CE), porém, diz que Levy deve "respeitar a presidente Dilma e deixar o cargo".
— Ao contrário do que diz o ministro, foi a "brincadeira" que ajudou o Brasil a atingir os menores patamares de desemprego da história.
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), dá razão ao ministro da Fazenda:
— É um ministro que veio para dar ao governo o que não tem, o mínimo de credibilidade. Essa crise entre os dois (Dilma e Levy) quebra esse objetivo.
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou que Dilma tenta criar a impressão de que as "maldades" são culpa de Levy, e não dela.
— A presidente da República parece ter um prazer mórbido em desautorizar seus ministros, como se isso aumentasse a sua autoridade.
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