Paulo Gama, Thais Arbex – Folha de S. Paulo
FOZ DO IGUAÇU, SÃO PAULO - Em reunião de sua Executiva Nacional no dia 3 de maio, o PSDB deve fechar questão sobre não participar do provável governo Michel Temer (PMDB).
Parte dos tucanos vinha defendendo nos bastidores que o partido apoiasse Temer no Congresso, mas não aderisse ao governo. Deputados do PSDB ouvidos pela Folha defendem que, dessa forma, o partido não corre o risco de "entrar em uma embarcação que pode naufragar", o que colocaria em fisco o projeto tucano para o país.
Há hoje no PSDB três nomes dispostos a concorrer à Presidência em 2018: o presidente nacional, senador Aécio Neves (MG), o governador Geraldo Alckmin (SP) e o também senador José Serra, este último cotado para integrar o governo Temer.
Na noite desta quinta-feira (21) governadores tucanos engrossaram publicamente discurso que vinha sendo repetido nos bastidores, defendendo que o PSDB não tenha cargos no provável governo Michel Temer.
Pedro Taques (MT) e Beto Richa (PR) que participam do Fórum Empresarial, promovido pelo Lide em Foz do Iguaçu, afirmaram que começa a se firmar um consenso entre tucanos nesse sentido.
"Sou contra ter cargos. Acho que podemos apoiá-lo no Congresso Nacional em cima de propostas. Lutamos pelo impeachment, não podemos deixá-lo só", disse Taques.
"Não há necessidade de ocupar cargos", afirmou Beto Richa.
Nesta semana, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, seguiu na mesma linha, ao afirmar que "não vê razão" o PSDB ter cargos no governo peemedebista.
A Executiva, no entanto, não impedirá que integrantes do PSDB assumam espaço na Esplanada de Temer na cota pessoal do peemedebista.
"Nada impede que alguém participe mas como cota pessoal", afirmou Pedro Taques. "O Serra, por exemplo, pode assumir como cota de competência", disse o governador sobre o senador José Serra (SP), cotado para ser ministro de Temer.
Na reunião da Executiva Nacional, será apresentada à instância máxima do partido uma carta elaborada pela bancada tucana no Senado para ser levada a Michel Temer. Ela reúne um conjunto de "princípios e medidas" que o partido considera essencial para dar apoio no Congresso a um possível governo do peemedebista.
Os tucanos reuniram onze pontos para, segundo diz o texto, a "formação de um entendimento partidário que promova a conciliação nacional e a construção de um ambiente político-institucional que permita ao país superar este grave momento de sua história".
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