Correio Braziliense
Guedes esvaziou a
possibilidade de uma alternativa neoliberal à margem do governo Bolsonaro, até
que veio a pandemia de covid-19 e o “Posto Ipiranga” fez tudo ao contrario do
que prometera
A senadora Soraya Thronicke (União Brasil)
e o candidato do Novo, Felipe D’Ávila, ficaram com 1% na pesquisa Ipec
divulgada na segunda-feira; um percentual de votos que mais ou menos se repete
em todos os levantamentos. A pesquisa mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva tem chances reais de vencer no primeiro turno, com 48% das
intenções de voto. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 31%. A
diferença entre os dois é de 17 pontos percentuais. Ciro Gomes (PDT) tem 6% e
Simone Tebet (MDB), 5%. Os demais candidatos foram citados, mas não alcançam 1%
das intenções de voto.
A existência ou não de segundo turno depende da eficácia da campanha do voto útil a favor de Lula e do desempenho de Bolsonaro nestes últimos dias de campanha, na qual o clímax será o embate entre os dois no debate de presidenciáveis na TV Globo. A candidata da União Brasil, porém, vem roubando a cena nos debates, principalmente em razão da “viralização”, nas redes sociais, de seus enfrentamentos com Bolsonaro. Felipe D’Ávila faz uma campanha mais formal e menos agressiva, focada num posicionamento claramente ideológico: a defesa programática do liberalismo. Sua tendência é confrontar as posições do governo Lula do ponto de vista da economia.
Tanto D’Ávila quando Soraya são
personalidades políticas que emergiram durante o governo Dilma Rousseff, a
partir das manifestações de 2013, que tinham um forte caráter antissistema. A
diferença principal entre ambos é que Soraya se elegeu na aba do chapéu de
Bolsonaro, liderando a transição das manifestações difusas de 2013 para os
protestos em apoio à Lava-Jato e pelo impeachment de Dilma Rousseff em seu
estado, o Mato Grosso do Sul; o empresário, porém, apostou na criação de um
novo partido político, ortodoxamente liberal, que fizesse a crítica do
patrimonialismo, do fisiologismo e do clientelismo, bem como ao
nacional-desenvolvimentismo e à presença do Estado na economia.
O União Brasil, resultado da fusão do
antigo DEM com o PSL, pelo qual Bolsonaro concorreu em 2018, é um dos maiores
partidos do país, muito próximo ao Centrão, sob comando do deputado Luciano
Bivar (PE) e do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que lidera a disputa pelo
governo da Bahia. A candidatura de Soraya foi lançada para defender a bandeira
do imposto único e deixar o partido à vontade nos estados, sem ter de se
vincular a Lula ou Bolsonaro.
Serviria também para conter o crescimento
da candidata do MDB, Simone Tebet (MS), principalmente no seu estado.
Empresária, dona de uma rede de hotéis, Soraya começou a se descolar do governo
Bolsonaro durante a pandemia de covid-19, ao atuar na CPI que investigou a
crise sanitária a partir da falta de oxigênio nos hospitais de Manaus.
Mercado e liberdade
D’Ávila é outra história, substituiu João
Amoedo, candidato nas eleições passadas, na tarefa de dar visibilidade ao Novo,
cuja bancada federal precisa ser reeleita. Com oito deputados, o Novo foi o
único partido que se posicionou contra o Auxílio Brasil na votação do pacote de
bondades do governo, em pleno calendário eleitoral.
A grande referência teórica da legenda é o
economista austro-britânico Friedrich Hayek, que polemizou com John Maynard
Keynes durante a Grande Depressão. No pós-Segunda Guerra Mundial, evoluiu da
crítica puramente econômica ao keynesianismo para uma visão político-ideológica
de que o planejamento econômico era a forma de controle sobre a vida das
pessoas e uma ameaça à liberdade.
Hayek fez uma crítica permanente e
implacável a socialistas e social-democratas, e não apenas do comunismo.
Segundo ele, “uma reivindicação por igualdade material só pode ser satisfeita
por um governo com poderes totalitários”.
A consagração das suas ideias se deu quanto
Margareth Thatcher, recém-eleita líder do Partido Conservador, transformou as
propostas de Hayek num programa de governo, com o qual assumiu o poder e se
tornou, como primeira-ministra, a “Dama de Ferro”. A série britânica Crow,
sobre a rainha Elizabeth II, recém-falecida, que está por lançar sua quinta
temporada, mostra bem esse período da política do Reino Unido.
Para Hayek, o papel central do governo é
manter o “Estado de direito”, com o mínimo possível da vida de pessoas. No
Brasil, muita gente pensa dessa forma, ou seja, como D’Ávila e, em menor
escala, Soraya. Por que então eles não saem de 1% nas pesquisas? No caso do
candidato do Novo, pode-se dizer que não tem um partido forte o suficiente para
dar sustentação a uma candidatura a presidente da República. Não é o caso de
Soraya, que é candidata de um grande partido, que não leva a sério sua
candidatura.
A resposta talvez esteja na campanha de
2018, quando Bolsonaro entregou a condução de seu projeto econômico ao
economista Paulo Guedes, egresso da Escola de Chicago, que foi aluno de Milton
Friedman e trabalhou na equipe econômica do ditador chileno Augusto Pinochet,
que também foi assessorado por Hayek.
No poder, Guedes esvaziou completamente
possibilidade de uma alternativa neoliberal à margem do governo Bolsonaro, até
que veio a pandemia de covid-19 e, nela, o “Posto Ipiranga” perdeu o bonde do
equilíbrio fiscal e da não intervenção na economia. Passou a fazer tudo ao
contrário do que havia prometido.
7 comentários:
Estamos crescendo mais esse ano do que a China, e a nossa inflação está menor do que nos Estados Unidos e na Europa
O desemprego caindo , as exportações batendo recordes , a produção agrícola também, o Bolsa Brasil pra 20 milhões de famílias de R$600 , 80% entregue a mulher da família, mais de 400.000 títulos de posse entregue a posseiros , que antes eram massa de manobra do MST para suas atividades terroristas no campo.
Vocês criaram uma narrativa e ficam fingindo acreditar nela, o Brasil real é bem diferente disso tudo que vocês falam
O povo percebeu nitidamente a diferença do atual governo para o do PT que só deixou roubo, recessão e desemprego
Dia três a gente volta se falar Bolsonaro reeleito
Lula ladrão seu lugar é na prisão!
A imprensa vendida , o STF e agora o
TSE se uniram para derrotar o presidente de qualquer maneira
Vão perder porque os exércitos celestiais e o povo brasileiro estão com Bolsonaro
Mais do q a China?
MENTIROSO!
MENTIROSO!
MENTIROSO!
490 mil títulos?
Só se for pra famiglia bozo.
SAI FORA GADO OBTUSO!
Chola, gado!
Tic, tac
Bozo será preso.
Tá chegando a hora....
Lula cumpriu pena demonstrada ilegal. Mas seu tocador de berrante, GADO, q vc segue, será preso qd derrubarmos os sigilo de 100 anos e q tais.
Bozo disse q sairá do país, como quem diz covardemente "me deixem em paz".
JAMAIS!
Ele sairá e só voltará pra cumprir pena.
PAGARÁ, o GENOCIDA, PELOS CRIMES Q COMETEU , como as mortes da covid (499 mil)
Lembre-se, gado: ANISTIA NUNCA MAIS!
ESTAMOS ATENTOS! E ANSIOSOS.
Adoro ler sobre economia,principalmente quando o texto é claro como esse.
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