O Estado de S. Paulo
A diferença é que Lula já conseguiu a
impunidade, enquanto Bolsonaro ainda teme a prisão
Em abril de 2018, após a prisão de Lula, o petista Wadih Damous declarou:
“Tem que fechar o Supremo e criar uma Corte Constitucional, de guarda exclusiva
da Constituição e com seus membros detentores de mandato”. Em setembro daquele
ano, José Dirceu reforçou a posição do entorno de Lula:
“Primeiro, deveria tirar todos os poderes do Supremo e ser só Corte
Constitucional”.
Cinco anos antes, a ex-prefeita de São
Paulo pelo PT e então deputada federal pelo PSB Luiza
Erundina havia apresentado a PEC 275/13, que transforma o STF
em Corte Constitucional, reduz sua competência e amplia o número de ministros,
de 11 para 15. Erundina acaba de ser reeleita pelo PSOL e apoia Lula
contra Jair Bolsonaro.
Desde a soltura do petista e a anulação de suas condenações, porém, o PT e suas linhas auxiliares têm deixado para o atual presidente a beligerância com o Supremo.
Com 20 aliados eleitos para as 27 vagas em
disputa no Senado (são 81 no total), Bolsonaro disse na sexta-feira passada que ficará para depois da
eleição a discussão de um projeto para aumentar de 11 para 16 o número de
ministros no STF. Foi o que fez o regime militar com o AI-2,
decretado em 27 de outubro de 1965 para indicar nomes mais alinhados ao
governo, sob o pretexto de melhorar a produtividade da Corte.
Em junho de 2021, Bolsonaro já havia
explicitado seu critério: “Eu vou indicar ao Supremo quem toma cerveja comigo.
É o critério da confiança, da lealdade mútua. Não basta apenas um bom
currículo; tem que falar a minha linguagem”.
O vice Hamilton
Mourão, senador eleito pelo Rio Grande do Sul, reforçou na última sexta a agenda bolsonarista, misturada a um
ponto menos sensível de debate:
“A
gente tem que trabalhar em cima do que são as decisões monocráticas, do que vem
a ser um mandato para os mandatários da Suprema Corte, eu acho que não pode ser
algo até os 75 anos, né? Ou dez, ou 12, tem que ser discutido. E outra
discussão é essa que o presidente Bolsonaro colocou que é a quantidade de
magistrados”.
No domingo, Bolsonaro disse que o aumento do número de ministros
“pulveriza o poder deles”, mas que, se for reeleito, pode descartar
“essa sugestão” se “o Supremo baixar um pouco a temperatura”; afinal “já temos
duas pessoas garantidas lá” (Kássio Nunes Marques e André Mendonça), “tem mais
gente que é simpática à gente” e “tem mais duas vagas para o ano que vem”.
Na prática, lulistas e bolsonaristas querem um STF para chamar de seu. A diferença é que Lula já conseguiu a impunidade, enquanto Bolsonaro ainda teme a prisão.
7 comentários:
"A diferença é que Lula já conseguiu a impunidade, enquanto Bolsonaro ainda teme a prisão"
Impunidade não, inocência, mas não me surpreende a parcialidade de um articulista do estadinho da "escolha difícil".
Mas q o genocida se borra com o pensamento de q sua prisão se aproxima, isso todos sabemos.
Linguajar da Sra Janja fubá
Digna de um Lula.
Dons Marise era a tal e sempre será
Bolsonaro quer que os ministros do STF falem a sua linguagem, CHULA, VULGAR e agressiva: chamar mulheres e jornalistas de VAGABUNDAS, se gabar de COMER CARNE HUMANA, falar mal de esposas de governantes de outras nações. O canalha agora se contém um pouco próximo das eleições, mas é um esgoto a céu aberto que ficou escondido por estes dias, fingindo ser um humano normal e decente, o que o GENOCIDA certamente não é!
Inocência? Onde está escrito isso? Ele só teve os processos anulados.
Ambos querem um STF que atenda aos seus interesses!
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