quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Bernardo Mello Franco - Capitólio candango

O Globo

Bolsonaristas que incendiaram veículos em Brasília continuam acampados em área militar

Às 15h09 de segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes decretou a vitória da democracia sobre o autoritarismo e afirmou que os extremistas serão “integralmente responsabilizados” pelos ataques ao processo eleitoral.

Às 20h30, bolsonaristas interromperam o trânsito na W3, uma das principais avenidas de Brasília. Em ação coordenada, apedrejaram um ônibus com passageiros, incendiaram carros de passeio e tentaram invadir a sede da Polícia Federal.

Pouco mais de cinco horas separaram o discurso do presidente do TSE e a versão candanga do ataque ao Capitólio. O quebra-quebra sugere que o ministro se precipitou na comemoração. O golpismo ainda está vivo — e conta com a leniência de autoridades federais e distritais.

O pretexto da baderna foi a prisão de José Acácio Serere Xavante, dublê de cacique e pastor evangélico. O indígena vinha incitando a violência contra as instituições. Em vídeo recente, fez acusações falsas à Justiça Eleitoral, chamou Moraes de “bandido” e disse que Lula não subirá a rampa do Planalto.

Na verdade, o alvo dos extremistas foi a própria democracia. Eles escolheram o dia da diplomação do futuro presidente, eleito com mais de 60 milhões de votos, para barbarizar o centro da capital.

A desordem se estendeu até o fim da noite. Sem repressão à altura, os vândalos se sentiram à vontade para depredar uma delegacia. Em outra cena de audácia, tentaram empurrar um ônibus do alto de um viaduto. O veículo só não despencou porque ficou enganchado no meio-fio.

Curiosamente, ninguém foi preso em flagrante. O ministro da Justiça, Anderson Torres, esperou até as 23h para se manifestar sobre o espetáculo de violência política.

Bolsonaro não está sozinho no incentivo ao golpismo. Dizendo-se patriotas, os extremistas tiveram permissão para acampar em área militar, ao lado do Quartel-General do Exército. De lá partiu a marcha que tentou empastelar o prédio da PF. Ontem o capitão silenciou sobre os ataques, e os arruaceiros continuaram nos arredores do Forte Apache.

 

4 comentários:

Anônimo disse...

Os milicianos bolsonaristas, sabidamente CRIMINOSOS e VIOLENTOS, atacaram novamente a Democracia, desta vez provocando enormes danos materiais e ameaçando a integridade física de centenas de cidadãos que transitavam pelas redondezas. Imaginem o que poderá acontecer quando outros canalhas ARMADOS resolverem provocar NOVA BADERNA e atacar outros alvos ou pessoas adversárias? Nenhum destes CRIMINOSOS foi preso ainda... Percebam o nível de cumplicidade da PM do DF com estes arruaceiros! E o nível de conivência e omissão das Forças Armadas diante das dezenas de acampamentos de criminosos deste tipo em frente a outros quartéis dos estados brasileiros.

Anônimo disse...

Se procurar direitinho nos alfarrábios do anão-general, vai achar os rascunhos das orientações de ataque dos terroristas, ô se vai!

Fernando Carvalho disse...

Pelo andar da carruagem. Em 1935 tivemos a Intentona Comunista. Em 2023 teremos a Intentona Bolsonarista. A vida do boçal hoje se resume em ruminar seu onanismo militar com a esperança de conseguir apoio de milicos para a intentona golpista. Depois de quatro anos babando-ovo de um torturador (in memoriam), lambendo botas de ditadores de republiquetas, puxando saco de latifundiários e aplaudindo Donald Trump. Se a gente encontra até índio bolsonarista, é claro que temos milicos bolsonaristas. Todo o cuidado é pouco.

Anônimo disse...

O falso índio bolsonarista é criminoso conhecido da polícia... Quadrilheiro miliciano de longa data!