domingo, 22 de janeiro de 2023

Bruno Boghossian - Uma longa virada de página

Folha de S. Paulo

O governo e a caserna já sabiam que a relação não se resolveria num bate-papo

O governo e a caserna já sabiam que a relação entre Lula e os militares não se resolveria num simples bate-papo. A troca do comandante do Exército é considerada apenas a primeira medida para começar a virar uma página que ficou pesada demais depois dos episódios de 8 de janeiro.

Nos dias que antecederam a demissão do general Júlio de Cesar de Arruda, neste sábado (21), Lula dizia a auxiliares que era preciso tomar uma providência enérgica para restabelecer a autoridade sobre o Exército. O presidente cobra substituições em altos cargos e a punição de militares coniventes com o ataque à praça dos Três Poderes.

Um dos focos vivos de tensão é a chefia do Batalhão da Guarda Presidencial, que deveria cuidar da segurança do Palácio do Planalto. Lula quer a troca do comandante da tropa, mas Arruda defendia mantê-lo até que uma investigação pudesse comprovar se ele realmente facilitou a invasão do prédio.

O presidente também exige uma mudança clara de posição dos militares diante de eventuais protestos em frente aos quartéis. Nesse quesito, uma convergência já vem sendo construída: a determinação dos militares é impedir novas ocupações.

O diagnóstico de aliados de Lula é que o ministro José Múcio (Defesa) já havia conseguido aplainar terrenos na Marinha e na Aeronáutica. O Exército, no entanto, ainda era um problema —o que ficou marcado pela leniência desses militares com o acampamento montado em frente a seu quartel-general em Brasília.

Os operadores de Lula consideram uma ilusão acreditar numa virada de página imediata, devido ao alinhamento de boa parte dessas tropas com o bolsonarismo. O esforço, segundo eles, deve se dar para ampliar o apoio dos círculos legalistas e isolar ao máximo os radicais.

Nada disso será suficiente para acabar com a contaminação política legada por Jair Bolsonaro e seus aliados dentro das Forças. O quadro desenhado é de um trabalho de redução de danos, com concessões e punições exemplares pelo caminho.

 

3 comentários:

Anônimo disse...

O "mau militar", verdadeiro "bunda suja", capitão das trevas e miliciano mentiroso, durante 4 anos provocou agitação nas Forças Armadas, pressionando seus comandantes e oficiais superiores a se ALINHAREM politicamente a ele, levando 20 mil militares para cargos civis no seu DESgoverno. A POLITIZAÇÃO das Forças Armadas foi constante e intensamente buscada pelo GENOCIDA!
Levará muito tempo pra que Lula e seus sucessores consigam superar mais este CRIME perpetrado pelo CANALHA que nos comandou nos 4 últimos anos...

Anônimo disse...

"Nesse quesito, uma convergência já vem sendo construída: a determinação dos militares é impedir novas ocupações."
W convergência, menino? A convergência seria assim: cês tramaram explodir uma carreta de querosene, cês invadiram e depredaram as sedes dos 3 poderes, MAS, ....mas se ocês impedirem novas ocupações, tmj? PQP!

Pô, bogocian, isso num é convergência; É CAPITULAÇÃO.

POR ISSO O MANÉ COMANDANTE DO EB FOI DEMITIDO (EXONERADO Q SE DIZ, NÉ? ).

SEM CONVERGÊNCIA, SEM ANISTIA PRA GOLPISTA! GOLPISTA, talquei? LEI NO LOMBO DE MILICO COVARDE!

ADEMAR AMANCIO disse...

Tá difícil!