DEU EM O GLOBO
De acordo com estudo do Ipea, o desemprego entre os jovens de 16 a 20 anos triplicou de 7%, em 1987, para mais de 20%, em 2007. Na faixa de 21 a 29 anos, o desemprego mais que dobrou, de 5% para 11%. Em 2007, havia 4,8 milhões de jovens desempregados.
Ipea: desemprego triplicou entre os jovens
Estudo mostra que, entre 1987 e 2007, índice passou de 7% para 20% na faixa etária dos 16 aos 20 anos
Vivian Oswald
BRASÍLIA. Estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que é preocupante a falta de investimento na juventude brasileira. Um dos maiores desafios para o governo é lidar com o desemprego crescente entre os jovens e os efeitos que o problema terá no futuro deles. Na faixa etária dos 16 aos 20 anos, a taxa de desemprego passou de 7%, em 1987, para mais de 20%, em 2007. Na faixa dos 21 aos 29 anos, o desemprego mais que dobrou, passando de 5% para 11% no mesmo período.
Em 2007, havia 4,8 milhões de jovens desempregados, 60,74% do total de desempregados no país. O desemprego nesta faixa etária é três vezes maior que entre adultos. Especialmente elevado (19,8%) era o número de jovens que não estudavam nem trabalhavam.
Má qualidade do emprego também tem destaque Outro problema é a má qualidade do emprego oferecido aos jovens. Segundo o livro “Juventude e políticas sociais no Brasil”, do Ipea, 50% dos jovens entre 18 e 24 anos trabalham sem carteira assinada, assim como 30% da faixa entre 25 e 29 anos.
Os jovens se submetem a empregos piores e abrem mão de parte do período de educação.
— Quanto mais cedo se começa, menores as oportunidades pela frente — disse o diretor de Políticas e Estudos Sociais do Ipea, Jorge Abrahão de Castro.
O Ipea destaca que as décadas de 80 e 90 foram muito difíceis para juventude. Os empregos destinados aos jovens foram ocupados por pessoas mais velhas, principalmente nos bancos e na construção civil.
— Nunca tivemos décadas tão dramáticas para a juventude.
Houve uma inflexão da inclusão do jovem no mercado de trabalho — disse o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.
O estudo afirma que as ações do governo para os jovens não são coordenadas. Fenômenos como as altas taxas de evasão escolar, índices alarmantes de morte precoce ou a reprodução de desigualdades centenárias entre as novas gerações confirmam uma trajetória irregular e de fracassos na faixa etária entre 15 e 29 anos. Segundo o Ipea, o país não está tirando o melhor proveito do bônus demográfico que a onda jovem possibilita.
— O Brasil chegou um pouco tarde com políticas públicas para a juventude — diz Pochmann.
O livro diz que as políticas públicas federais “carecem de marco referencial mais coeso acerca do conceito de juventude”. Cada órgão busca tratar das questões que consegue identificar. Não há sequer uma faixa etária única.
— Avançou-se bastante nos últimos anos, mas as políticas para juventude padecem dos mesmos problemas de outras políticas: falta coordenação entre os níveis federal, estaduais e municipais — disse Pochmann.
O jovem pobre e negro é uma das maiores vítimas da atual falta de políticas específicas. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a população entre 15 a 29 anos era de cerca de 50,2 milhões em 2008 (26,4% da população total).
Desses, 30,4% podem ser considerados pobres, pois suas famílias têm renda familiar per capita de até meio salário mínimo. Na faixa entre 15 a 17 anos, apenas 48% cursam o ensino médio, o nível de ensino adequado à idade.
Na área rural, este índice não passa de 30,6%. Também é grande a população de jovens nesta faixa de idade que não concluiu o ensino fundamental: 44%. Outros 18% estão fora da escola.
As principais causas do abandono escolar, segundo o Ipea, são as oportunidades de trabalho para os jovens do sexo masculino (42,2%) e a gravidez para as moças (21,1%). O secretário Nacional da Juventude, Beto Cury, apontou uma série de programas do governo para os jovens e afirmou que fez-se mais pelo grupo nos últimos cinco anos do que nas últimas décadas.
O livro aponta violência e acidentes de trânsito como maiores responsáveis pelas mortes de jovens: “Os óbitos por causa violenta vêm aumentando seu peso na estrutura geral da mortalidade no Brasil desde os anos 1980, afetando, principalmente, jovens do sexo masculino, pobres e negros, com poucos anos de escolaridade, que vivem nas áreas mais carentes das grandes cidades do país
De acordo com estudo do Ipea, o desemprego entre os jovens de 16 a 20 anos triplicou de 7%, em 1987, para mais de 20%, em 2007. Na faixa de 21 a 29 anos, o desemprego mais que dobrou, de 5% para 11%. Em 2007, havia 4,8 milhões de jovens desempregados.
Ipea: desemprego triplicou entre os jovens
Estudo mostra que, entre 1987 e 2007, índice passou de 7% para 20% na faixa etária dos 16 aos 20 anos
Vivian Oswald
BRASÍLIA. Estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que é preocupante a falta de investimento na juventude brasileira. Um dos maiores desafios para o governo é lidar com o desemprego crescente entre os jovens e os efeitos que o problema terá no futuro deles. Na faixa etária dos 16 aos 20 anos, a taxa de desemprego passou de 7%, em 1987, para mais de 20%, em 2007. Na faixa dos 21 aos 29 anos, o desemprego mais que dobrou, passando de 5% para 11% no mesmo período.
Em 2007, havia 4,8 milhões de jovens desempregados, 60,74% do total de desempregados no país. O desemprego nesta faixa etária é três vezes maior que entre adultos. Especialmente elevado (19,8%) era o número de jovens que não estudavam nem trabalhavam.
Má qualidade do emprego também tem destaque Outro problema é a má qualidade do emprego oferecido aos jovens. Segundo o livro “Juventude e políticas sociais no Brasil”, do Ipea, 50% dos jovens entre 18 e 24 anos trabalham sem carteira assinada, assim como 30% da faixa entre 25 e 29 anos.
Os jovens se submetem a empregos piores e abrem mão de parte do período de educação.
— Quanto mais cedo se começa, menores as oportunidades pela frente — disse o diretor de Políticas e Estudos Sociais do Ipea, Jorge Abrahão de Castro.
O Ipea destaca que as décadas de 80 e 90 foram muito difíceis para juventude. Os empregos destinados aos jovens foram ocupados por pessoas mais velhas, principalmente nos bancos e na construção civil.
— Nunca tivemos décadas tão dramáticas para a juventude.
Houve uma inflexão da inclusão do jovem no mercado de trabalho — disse o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.
O estudo afirma que as ações do governo para os jovens não são coordenadas. Fenômenos como as altas taxas de evasão escolar, índices alarmantes de morte precoce ou a reprodução de desigualdades centenárias entre as novas gerações confirmam uma trajetória irregular e de fracassos na faixa etária entre 15 e 29 anos. Segundo o Ipea, o país não está tirando o melhor proveito do bônus demográfico que a onda jovem possibilita.
— O Brasil chegou um pouco tarde com políticas públicas para a juventude — diz Pochmann.
O livro diz que as políticas públicas federais “carecem de marco referencial mais coeso acerca do conceito de juventude”. Cada órgão busca tratar das questões que consegue identificar. Não há sequer uma faixa etária única.
— Avançou-se bastante nos últimos anos, mas as políticas para juventude padecem dos mesmos problemas de outras políticas: falta coordenação entre os níveis federal, estaduais e municipais — disse Pochmann.
O jovem pobre e negro é uma das maiores vítimas da atual falta de políticas específicas. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a população entre 15 a 29 anos era de cerca de 50,2 milhões em 2008 (26,4% da população total).
Desses, 30,4% podem ser considerados pobres, pois suas famílias têm renda familiar per capita de até meio salário mínimo. Na faixa entre 15 a 17 anos, apenas 48% cursam o ensino médio, o nível de ensino adequado à idade.
Na área rural, este índice não passa de 30,6%. Também é grande a população de jovens nesta faixa de idade que não concluiu o ensino fundamental: 44%. Outros 18% estão fora da escola.
As principais causas do abandono escolar, segundo o Ipea, são as oportunidades de trabalho para os jovens do sexo masculino (42,2%) e a gravidez para as moças (21,1%). O secretário Nacional da Juventude, Beto Cury, apontou uma série de programas do governo para os jovens e afirmou que fez-se mais pelo grupo nos últimos cinco anos do que nas últimas décadas.
O livro aponta violência e acidentes de trânsito como maiores responsáveis pelas mortes de jovens: “Os óbitos por causa violenta vêm aumentando seu peso na estrutura geral da mortalidade no Brasil desde os anos 1980, afetando, principalmente, jovens do sexo masculino, pobres e negros, com poucos anos de escolaridade, que vivem nas áreas mais carentes das grandes cidades do país
Nenhum comentário:
Postar um comentário