DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Declaração teve objetivo de atacar Dilma, a quem o tucano acusa de ter mudado sua posição sobre a descriminalização do aborto
Evandro Spinelli
DE SÃO PAULO - Em busca do apoio de Marina Silva (PV), e dos votos de seus eleitores, José Serra, candidato do PSDB à Presidência, disse ontem que não vai virar ambientalista "de última hora".
A frase teve como alvo sua adversária, Dilma Rousseff (PT), a quem acusa de ter mudado de opinião sobre outro tema, o aborto, para evitar a perda de votos entre eleitores religiosos.
"O meu currículo em matéria ambiental tem qualificação muito alta. Eu não vou agora virar ambientalista de última hora, como eu não virei cristão de última hora, como não virei nada de última hora", disse Serra, durante visita à obra de extensão da avenida Jacu Pessego (zona leste de SP).
"As minhas posições são muito conhecidas e eu as explicito de maneira muito clara, não fico mudando toda hora segundo a conveniência eleitoral [...] Eu sou ambientalista convicto não apenas na teoria, mas na prática", afirmou Serra.
Preocupado com uma possível rejeição do eleitorado mais conservador, o PT cogita retirar a defesa programática da descriminalização do aborto do programa do partido, aprovado em congresso.
O tucano disse ter telefonado anteontem para Marina Silva para parabenizá-la pelo desempenho eleitoral, que permitiu a realização do segundo turno.
BELO MONTE
Marina, ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula, deixou o governo em meio à crise que envolvia o licenciamento ambiental da usina de Belo Monte.
"A posição que eu lembro de ter ouvido da Marina em debates é parecida com a minha: fazer Belo Monte, mas corrigir os absurdos ambientais, as falhas econômicas e as falhas do próprio projeto."
A declaração também embute uma crítica a Dilma, que coordenou a elaboração do projeto de Belo Monte quando era ministra da Casa Civil do governo Lula.
A avenida inaugurada ontem por Serra ligará as rodovias Ayrton Senna e Presidente Dutra com o trecho sul do Rodoanel, em Mauá, inaugurado em março.
DISCURSO AMBIENTAL
Tanto a Jacu Pessego quanto o Rodoanel foram construídos com compensações ambientais milionárias.
Ele afirmou ter muitas afinidades com o PV, partido que fez parte de seu governo na Prefeitura de São Paulo e no governo do Estado -a legenda também compõe o governo federal.
Para demonstrar a afinidade, lembrou a aprovação da Lei Estadual de Mudanças Climáticas, criada em sua gestão como governador e, segundo ele, elaborada com o apoio de Fabio Feldman, candidato derrotado do PV ao governo de São Paulo.
Também afirmou que as compensações ambientais do trecho sul do Rodoanel, onde foram gastos cerca de R$ 500 milhões, foram estabelecidas em seu mandato como prefeito.
MAIORIA
Serra disse que, caso eleito, conseguirá obter maioria no Congresso mesmo sem ter eleito a maior bancada.
Questionado sobre a maior parte dos parlamentares eleitos ser da base aliada a Lula, Serra disse que "isso no Brasil nunca é assim". "Sempre tem gente nos partidos que têm mais identidade com projetos como os nossos."
Declaração teve objetivo de atacar Dilma, a quem o tucano acusa de ter mudado sua posição sobre a descriminalização do aborto
Evandro Spinelli
DE SÃO PAULO - Em busca do apoio de Marina Silva (PV), e dos votos de seus eleitores, José Serra, candidato do PSDB à Presidência, disse ontem que não vai virar ambientalista "de última hora".
A frase teve como alvo sua adversária, Dilma Rousseff (PT), a quem acusa de ter mudado de opinião sobre outro tema, o aborto, para evitar a perda de votos entre eleitores religiosos.
"O meu currículo em matéria ambiental tem qualificação muito alta. Eu não vou agora virar ambientalista de última hora, como eu não virei cristão de última hora, como não virei nada de última hora", disse Serra, durante visita à obra de extensão da avenida Jacu Pessego (zona leste de SP).
"As minhas posições são muito conhecidas e eu as explicito de maneira muito clara, não fico mudando toda hora segundo a conveniência eleitoral [...] Eu sou ambientalista convicto não apenas na teoria, mas na prática", afirmou Serra.
Preocupado com uma possível rejeição do eleitorado mais conservador, o PT cogita retirar a defesa programática da descriminalização do aborto do programa do partido, aprovado em congresso.
O tucano disse ter telefonado anteontem para Marina Silva para parabenizá-la pelo desempenho eleitoral, que permitiu a realização do segundo turno.
BELO MONTE
Marina, ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula, deixou o governo em meio à crise que envolvia o licenciamento ambiental da usina de Belo Monte.
"A posição que eu lembro de ter ouvido da Marina em debates é parecida com a minha: fazer Belo Monte, mas corrigir os absurdos ambientais, as falhas econômicas e as falhas do próprio projeto."
A declaração também embute uma crítica a Dilma, que coordenou a elaboração do projeto de Belo Monte quando era ministra da Casa Civil do governo Lula.
A avenida inaugurada ontem por Serra ligará as rodovias Ayrton Senna e Presidente Dutra com o trecho sul do Rodoanel, em Mauá, inaugurado em março.
DISCURSO AMBIENTAL
Tanto a Jacu Pessego quanto o Rodoanel foram construídos com compensações ambientais milionárias.
Ele afirmou ter muitas afinidades com o PV, partido que fez parte de seu governo na Prefeitura de São Paulo e no governo do Estado -a legenda também compõe o governo federal.
Para demonstrar a afinidade, lembrou a aprovação da Lei Estadual de Mudanças Climáticas, criada em sua gestão como governador e, segundo ele, elaborada com o apoio de Fabio Feldman, candidato derrotado do PV ao governo de São Paulo.
Também afirmou que as compensações ambientais do trecho sul do Rodoanel, onde foram gastos cerca de R$ 500 milhões, foram estabelecidas em seu mandato como prefeito.
MAIORIA
Serra disse que, caso eleito, conseguirá obter maioria no Congresso mesmo sem ter eleito a maior bancada.
Questionado sobre a maior parte dos parlamentares eleitos ser da base aliada a Lula, Serra disse que "isso no Brasil nunca é assim". "Sempre tem gente nos partidos que têm mais identidade com projetos como os nossos."
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