quinta-feira, 29 de setembro de 2011

PSD reúne quarta maior bancada da Câmara

Kassab diz que partido é independente do governo, mas não poupa elogios a Dilma; sigla vai propor Constituinte

Cristiane Jungblut e Adriana Vasconcelos

BRASÍLIA. Depois da chancela do Tribunal Superior Eleitoral, o PSD chega ao Congresso se declarando como partido de centro e com uma força de 50 deputados e dois senadores. Será a quarta maior bancada da Câmara, depois de PT, PMDB e PSDB. O DEM ficará com a quinta ou a sexta posição. Fortalecido pela vitória, o PSD busca aumentar sua bancada no Senado. Na reunião de estreia da Executiva Nacional, mesmo sem as filiações formalizadas, o partido lançou uma proposta polêmica: a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva em 2014, para fazer as reformas da Previdência, política, trabalhista e administrativa. A ideia foi recebida com ceticismo no Congresso e ironizada por partidos.

Na reunião, o criador do PSD e prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ex-DEM, disse que o partido terá uma postura de "centro, de independência em relação ao governo Dilma". Mas, em seguida, não poupou elogios ao comportamento da presidente no processo de criação do partido. O prefeito disse ainda que nas eleições de 2012 a sigla fará aliança "com qualquer um", desde que se respeitem os ideais do PSD. O parceiro preferencial, no entanto, deverá ser o PSB.

- Em relação ao governo federal, a nossa posição será de independência, para que os parlamentares que se somaram a esse partido e tenham já sua posição, alguns a favor, outros contra, continuem tendo essa liberdade - disse ao programa "Bom Dia Brasil", da TV Globo.

Pouco depois, na reunião com os aliados, Kassab agradeceu em público a Dilma, que recebeu os fundadores do partido no Planalto. Aos colegas, disse que a prioridade nos próximos dias é a desfiliação dos novos membros dos seus atuais partidos. Os políticos que quiserem concorrer em 2012 têm até 7 de outubro para se filiar, e os demais políticos, 30 dias.

Maioria dos deputados tem origem no DEM

Na Câmara, a maior parte dos 50 deputados do PSD será originária do DEM, mas outros partidos terão baixas. Segundo o PSD, o DEM perde de 17 a 20 deputados; o PMDB, quatro ou cinco; o PR, cinco; o PP, de sete a oito; o PTB, dois; o PMN, três ou quatro; PPS, três; PSC, três; PCdoB e PV, um cada. Já no Senado, estão na mira os senadores Jayme Campos (DEM-MT), Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e Blairo Maggi (PR-MT). A troca mais provável é do tucano paraense. Blairo e Campos negam a ida.

- Nosso objetivo é chegar ao poder e, sempre que possível, com candidatos próprios, mas alianças são naturais e necessárias. Estaremos abertos a alianças - disse Kassab.

Ontem, a senadora Kátia Abreu (TO) anunciou que comandará a campanha pela Assembleia Constituinte e já tem pronta a proposta de emenda constitucional. Mas a iniciativa enfrenta resistências. O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), descartou a possibilidade de assinar a proposta:

- Antes de pensar numa nova Constituinte, precisamos regulamentar a de 1988.

- Para quem não tem ideia alguma, é pelo menos uma ideia - ironizou o senador José Agripino Maia (DEM-RN).

Já o líder do PT, senador Humberto Costa (RN), adiantou que só aceitaria uma revisão pontual da Constituição.

FONTE: O GLOBO

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