domingo, 19 de fevereiro de 2012

PT e PMDB vão tentar pacto de não agressão

Preocupação da cúpula dos dois partidos e do Planalto é que disputa eleitoral gere problemas para governabilidade de Dilma

Gerson Camarotti

BRASÍLIA. Preocupados com a possibilidade de as eleições municipais deste ano causarem sequelas graves, os comandos do PT e do PMDB devem tentar estabelecer um pacto de não agressão entre os candidatos dos dois partidos nos municípios.

Há um temor real na cúpula dos partidos e no núcleo político do Palácio do Planalto de que a disputa eleitoral de outubro possa causar problemas para a governabilidade da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional. Mas já é grande o clima de desconfiança entre os dois aliados.

Nos bastidores, o PMDB já avisou ao Palácio do Planalto que, se o PT usar a máquina do governo nas eleições municipais, haverá um ambiente muito negativo na base aliada.

E essa suspeita já é verbalizada por setores mais ostensivos do PMDB.

— Será muito difícil um entendimento.

O PT não está trabalhando para fazer uma parceria.

O PT está trabalhando para derrotar os aliados e sair fortalecido das eleições municipais para o projeto de 2014.

Por isso, será muito difícil um pacto de não agressão — afirma o vice-líder do governo no Congresso, deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).

Diante desse clima de beligerância, os presidentes do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), e do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), terão encontros em março para diminuir o atrito entre as duas legendas. A tentativa é fazer um acordo para possibilitar alianças estratégicas para o segundo turno.

Foi também para tentar diminuir esse desgaste que a presidente Dilma Rousseff afirmou na reunião do Conselho Político da semana passada que não aceitará uso da máquina nas eleições: "o governo não vai participar das eleições, não vai permitir a partidarização", disse Dilma, num sinal de que pretende ficar afastada dos palanques municipais.

FONTE: O GLOBO

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