Mas Planalto aposta na aprovação de projetos
BRASÍLIA. A troca dos líderes do governo no Congresso paralisou as votações no primeiro dia do que foi considerado "um terremoto" na articulação política governista. Na Câmara, líderes partidários não esconderam o desagrado com a escolha de Arlindo Chinaglia (PT-SP) e previam dificuldades para a retomada das votações hoje, especialmente dos projetos polêmicos, como o que muda o Código Florestal e a Lei Geral da Copa, previstas para esta semana. Ontem, nem medidas provisórias foram analisadas. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), disse que era preciso dar um tempo ao novo líder.
O Planalto optou por um "risco calculado". Segundo interlocutores da presidente Dilma, o governo não será o principal prejudicado se as votações na Câmara forem paralisadas. Na visão de um ministro, produtores rurais sofrerão as consequências da não aprovação do Código Florestal. No caso da Lei Geral da Copa, avalia ele, os parlamentares serão cobrados pela sociedade para votarem o texto.
Mas os líderes aliados não esconderam a irritação com a forma abrupta com que a presidente trocou Cândido Vaccarezza (PT-SP) por Chinaglia. Também desconfiam do tratamento que Dilma dará à base aliada. Na Câmara, muitos repetiam que Dilma foi injusta com Vaccarezza. Nos bastidores, atribuíam a queda à pressão da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
- Chinaglia é meu amigo, mas foi desrespeito a forma como a presidente tirou o Vaccarezza. Podia ter falado com a gente. Aqui não é departamento do governo, repartição pública. O Congresso merece respeito. Não vota nada - disse o líder do PTB, Jovair Arantes (GO)
O deputado André Vargas (PT-PR) provocou:
- Arlindo tem um desafio grande: manter o índice de votação favorável ao Planalto que Vaccarezza conquistou com muito diálogo .
O novo líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), disse que uma de suas primeiras missões será unificar a base. Segundo Braga, não haverá grandes problemas na aprovação de projetos importantes, como o Fundo de Previdência Complementar dos Servidores Públicos (Funpresp) e a Lei Geral da Copa. Para ele, é possível aprovar o Funpresp até o fim do mês ou início de abril.
FONTE: O GLOBO
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