quinta-feira, 29 de maio de 2014

Os milhões (de reais) em ação na Copa

• Estrangeiros devem serminoria entre os turistas esperados para os jogos da Copa na Capital, mas devem ser responsáveis pela maior parte dos desembolsos no comércio e nos serviços,estimados em R$ 290 milhões

Caio Cigana - Zero Hora (RS)

Mesmo minoria entre os mais de 100 mil turistas esperados em cada uma das cinco partidas da Copa do Mundo em Porto Alegre, serão os estrangeiros os responsáveis pela maior parte dos recursos injetados com a realização do Mundial. Pesquisa da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) indica que, entre Capital, região metropolitana e Serra, a circulação de visitantes deve movimentar R$ 360 milhões em hospedagem, alimentação, lazer e compras. Desse total, R$ 290,5 milhões serão gastos por estrangeiros, calcula Lucas Schifino, economista da entidade.

Pouco mais de duas semanas antes de a bola rolar no Beira-Rio, a soma de vários estudos e sondagens de diferentes entidades empresariais sobre as expectativas de negócios para Copa começa a mostrar de forma mais nítida quem se beneficiará mais, quem pode ver as vendas murchar e de onde virá a maior parte do dinheiro extra que circulará graças ao Mundial.

Por enquanto, o jogo das projeções indica que o setor de serviços deve ganhar de goleada em faturamento, empurrado por uma enxurrada de dólares e euros.

– Os números que colocamos são bem realistas. Pode ser que sejam superados – diz Schifino, lembrando que as despesas com passagens aéreas e ingressos para os jogos estão excluídas do cálculo.

Também atenta ao impacto da Copa nas vendas, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da Capital chegou a um número não muito distante – e restrito a Porto Alegre. Para a entidade, o resultado pode chegar até R$ 323,1 milhões. Dessa soma, R$ 101,8 milhões poderiam ser deixados no comércio e a maior parte, R$ 221,3 milhões, entraria no caixa do setor de serviços.

– Acreditamos que no comércio podem vender bem vestuário e artigos alusivos à Copa e ao Brasil. Lembranças também. Como nossa cultura é forte, produtos regionais devem sair bem – avalia Alcides Debus, vice-presidente da CDL.

Ponto facultativo pode levar clientes para lojas
Sondagem do Sindilojas com os associados aponta a expectativa de vendas 7% superiores durante o período da Copa. Para o presidente da entidade, Paulo Kruse, vai se sair melhor quem decorar seu estabelecimento com motivos relacionados à Copa e que tiver funcionários aptos a se comunicar com os visitantes.

– Estamos aconselhando que pelo menos se contrate temporariamente pessoas com noções de inglês – afirma Kruse.

O ponto facultativo para os funcionários municipais em Porto Alegre após o meio-dia em dias com partidas no Beira-Rio e jogos da Seleção não deve ser problema. Tanto Sindilojas quanto CDL apostam que o maior tempo livre também reverterá em mais gente no comércio. Um ponto de interrogação, porém, é se acontecerem protestos na cidade.

– O potencial de perda é grande se houver violência e depredação – alerta Schifino.

Hora de virar o jogo
Para a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o varejo nacional tende a ver menos negócios no período do Mundial -R$ 1,5 bilhão deve ser a perda de faturamento no comércio varejista no período da Copa.

-No setor do comércio, as maiores perdas devem estar no segmento de venda de combustíveis e lubrificantes, cerca de R$ 705 milhões, seguido por farmácias e perfumaria, em torno de R$ 300 milhões.

-O segmento que mais ganha é o de eletroeletrônicos, que deve faturar cerca de R$ 826 milhões a mais.

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