• Temer negocia com siglas pastas como Educação, Cidades e Desenvolvimento
Júnia Gama e Carolina Brígido - O Globo
-BRASÍLIA- Há mais de 13 anos alijados do poder na esfera federal, os partidos de oposição devem ser incorporados ao governo Temer nos próximos dias caso o Senado decida, nesta quarta-feira, afastar a presidente Dilma Rousseff. As negociações para a formação do hipotético Ministério ainda não estão concluídas, mas, a princípio, os oposicionistas devem comandar quatro pastas com orçamento parrudo que, somadas, controlam R$ 118 bilhões para serem gastos este ano.
A que tem maior orçamento e é, portanto, uma das mais cobiçadas, é o Ministério da Educação, com R$ 99,78 bilhões para serem gastos ao longo de 2016. A pasta deverá ser entregue ao deputado Mendonça Filho (DEM-PE), contemplando um dos partidos que mais trabalharam pelo impeachment de Dilma no Congresso.
Em seguida, vem Cidades, com R$ 12,83 bilhões. A pasta deve ficar sob controle do PSDB, com o deputado Bruno Araújo (PE). Além de ter orçamento elevado, a capilaridade desse ministério, responsável por obras de infraestrutura em estados e municípios, e por programas como o Minha Casa Minha Vida, faz dele um dos mais atraentes da Esplanada.
Cultura deve ir para Roberto Freire
Em 3º lugar no quesito “dinheiro no bolso” para a oposição está o Ministério das Relações Exteriores, que tem R$ 2,98 bilhões nos cofres. A pasta também deve ficar sob comando do PSDB, com o senador José Serra (SP). Além de promover a participação nas negociações de comércio exterior, o ministério pode trazer grande prestígio a quem o controla, já que possibilita a interlocução com representantes de diversos países nos eventos internacionais.
O Ministério da Cultura é o quarto em orçamento para a oposição, com R$ 2,35 bilhões. A pasta deve ficar com o deputado Roberto Freire (PPS-PE), que também é presidente do partido. Um dos atrativos desse ministério é o de decidir quais serão os projetos beneficiados pela Lei Rouanet.
No rol das negociações menos avançadas, há ainda a possibilidade de o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que tem R$ 3 bilhões de orçamento, ser entregue ao senador Tasso Jereissati (CE). Fora os ministérios, outros dois órgãos podem ficar sob o comando de pessoas filiadas ao PSDB: a Advocacia-Geral da União, com R$ 3 bilhões, que pode ficar com Alexandre de Moraes, secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo; e a Controladoria-Geral da União, com orçamento mais minguado, de R$ 880 milhões, que pode ser dado à ex-ministra do Supremo Ellen Gracie.
Nenhum comentário:
Postar um comentário