- O Globo
O presidente Jair Bolsonaro não deve ter gostado muito da entrevista do ministro Luiz Henrique Mandetta ao Fantástico.
A seguir, seis momentos em que o médico contestou ou desafiou o capitão:
1) Sinais trocados: Mandetta criticou as falas de Bolsonaro contra as orientações do Ministério da Saúde. "Eu espero uma fala única, uma fala unificada, porque isso leva para o brasileiro uma dubiedade. Ele não sabe se ele escuta o ministro da Saúde, se ele escuta o presidente, quem é que ele escuta", afirmou.
2) Passeio na padaria: Depois de uma semana marcada por novos passeios do presidente, o ministro criticou quem desrespeita a quarentena. "Quando você vê as pessoas entrando em padaria, entrando em supermercado (...), isso é claramente uma coisa equivocada", disse.
3) Aumento das infecções: Mandetta avisou que o coronavírus deve se alastrar no próximos dois meses: "Maio e junho serão, realmente, os nossos meses mais duros". Neste domingo, sem apresentar qualquer dado científico, Bolsonaro disse o contrário: "Parece que está começando a ir embora essa questão do vírus".
4) Ministério x Planalto: O ministro disse que seus auxiliares tomam os cuidados necessários contra a pandemia. "Até agora, nós não tivemos nenhum colaborador nosso que tenha tido a gripe, a virose", contou. O Planalto virou foco da doença em Brasília. Ao menos 23 integrantes da comitiva que acompanhou Bolsonaro aos EUA foram infectados, incluindo os ministros Augusto Heleno e Bento Albuquerque. O presidente diz que não pegou o vírus, mas se recusa a mostrar o resultado dos testes.
5) Fake news: Mandetta criticou as teorias conspiratórias que proliferam na ala olavista do governo. "Tem muita gente que gosta da internet, que vê na internet uma fake news dizendo que isso (o vírus) foi uma invenção de países para ganhar vantagens econômicas. Outras pessoas acham que existe um complô mundial contra elas", ironizou. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, já sugeriu que a China teria disseminado a doença para "dominar o mundo".
6) Páscoa com Caiado: O ministro concedeu a entrevista no Palácio das Esmeraldas, sede do governo de Goiás. Ele passou a Páscoa com o governador Ronaldo Caiado, que rompeu com Bolsonaro durante a pandemia.
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