terça-feira, 4 de outubro de 2022

Cristina Serra - O Brasil sob a névoa da guerra

Folha de S. Paulo

A união das forças democráticas em torno de Lula é, agora, imperativo de sobrevivência para o país

No cenário de águas turvas que as pesquisas de opinião não conseguiram captar completamente, o eleitor deu seu recado, e o retrato do Brasil que sai das urnas neste primeiro turno não é bonito.

É verdade que Lula mantém capacidade extraordinária de liderança, a despeito do imenso investimento das forças de direita e de extrema direita para desconstruir sua trajetória desde a Lava Jato. Mas o patamar de votos de Bolsonaro zera completamente o jogo. Na guerra, é uma oportunidade de ouro.

A dianteira de Tarcísio de Freitas, em São Paulo, e as eleições para governador no Rio de Janeiro e em Minas Gerais reforçam as trincheiras de Bolsonaro. A eleição de figuras que simbolizam tudo o que seu governo fez de mais cruel (Pazuello, Salles, Damares, Tereza Cristina, Mário Frias, Mourão etc) também diz muito sobre um Brasil medonho e que é dolorosamente real.

A união das forças democráticas em torno de Lula é, agora, um imperativo de sobrevivência para o país. Ciro Gomes e Simone Tebet deveriam ter feito esse movimento no primeiro turno, mas prevaleceram seus projetos pessoais e cálculos políticos que podem custar caro ao Brasil.

Ciro já se mostrou indigno da legenda criada por Leonel Brizola. A bile que o devora por dentro parece ter desorientado sua capacidade de discernimento. Quanto a Tebet, se não quiser sumir na irrelevância política, precisa se posicionar já. É hora de compromisso férreo com a democracia.

Nesses quatro anos, Bolsonaro estabeleceu as bases do seu projeto de erosão democrática, depauperou instituições e as relações entre os Poderes da República. Sua eventual reeleição equivaleria a uma autorização para destroçar a Constituição e os pilares do Estado democrático de Direito.

O Brasil não resistiria a mais quatro anos de domínio da extrema direita. Sob a névoa da guerra, Lula precisa avaliar erros, reajustar estratégias, reorganizar o ataque. A batalha decisiva é agora e seu desfecho é imprevisível.

 

5 comentários:

Anônimo disse...

"A união das forças democráticas em torno de Lula é, agora, imperativo de sobrevivência para o país"

Só gado não vê.

Anônimo disse...

Gado só olha a sua pastagem e os seus institutos de pesquisa que dão vitória de Bolsonaro no PRIMEIRO turno...

Anônimo disse...

Palhaçadavocês enaltecendo um Bandido tirado da cadeia pra ser candidata a presidente
O ladrão cachaceiro será derrotado nas urnas o povo não quer mais corrupto no governo
Bolsonaro será reeleito

ADEMAR AMANCIO disse...

A que ponto chegamos!

Anônimo disse...

Se o povo não quer corrupto no governo, acabou a chance de Bolsonaro!