quarta-feira, 23 de abril de 2025

Pedro Lucas recusa convite para Ministério das Comunicações; governo e União Brasil administram crise

Andrea Jubé , Murillo Camarotto e Marcelo Ribeiro / Valor Econômico

Ministra Gleisi Hoffmann comanda reunião para decidir se será mantida a oferta do Ministério das Comunicações para acomodar o União Brasil

O líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Pedro Lucas Fernandes (MA), confirmou na noite desta terça-feira (22) que não assumirá o Ministério das Comunicações, como chegou a ser anunciado na semana passada. Em nota, Fernandes agradeceu ao convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas disse que irá contribuir mais no Congresso do que no governo.

"Sou líder de um partido plural, com uma bancada diversa e compromissada com o Brasil", disse o parlamentar. "A liderança me permite dialogar com diferentes forças políticas, construir consensos e auxiliar na formação de maiorias em pautas importantes para o desenvolvimento do Brasil", afirmou Fernandes na nota.

O deputado pediu "sinceras desculpas" a Lula por não assumir o cargo, deixado por Juscelino Filho (União-MA), denunciado por desvios de emendas parlamentares. "Recebo seu gesto com gratidão e reafirmo minha disposição para o diálogo institucional, sempre em favor do Brasil. Continuarei atuando com firmeza no Parlamento, buscando consensos, defendendo a boa política e acreditando que o respeito às diferenças é o que fortalece a democracia", completou.

Fernandes chegou a aceitar a oferta feita por Lula, formalizada pelo próprio presidente no dia 10 de abril, mas havia pedido prazo até depois do feriado para tomar posse. Como a ida dele para o ministério rachou a bancada na Câmara do União, o parlamentar recuou e recusou o convite.

Segundo fontes governistas, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, fez uma reunião com outras lideranças do governo no Palácio do Planalto para tratar do impasse, enquanto a cúpula do União Brasil também se reuniu para tentar resolver o problema. A expectativa, por enquanto, era de que o presidente da sigla, Antonio Rueda, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que é secretário-geral da sigla, encaminhassem outros nomes para o governo para assumir o ministério.

Gleisi comandou reunião para decidir se será mantida a oferta do Ministério das Comunicações para acomodar o União Brasil. Mais cedo, o Valor PRO informou que auxiliares presidenciais consideraram “desrespeitoso” o movimento do União Brasil, bem como uma “trapalhada” do aliado, diante da indicação de Pedro Lucas para o ministério - já que não havia certeza de que a bancada avalizaria o nome dele para o ministério.

 

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