Após três meses de uso, tucano demonstra desenvoltura e expõe cotidiano
De perfil reconhecidamente reservado, o governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência da República, José Serra (PSDB), tem exposto um pouco mais de sua rotina para um seleto público: as 73,7 mil pessoas que acompanham seu perfil no microblog Twitter, via internet.
Passa de 2h. Serra deixa de lado um calhamaço de notícias de jornal, liga o aparelho de som e espera o sono vir ao som dos Beatles. A cena da intimidade do governador foi registrada por ele próprio, em menos de 140 caracteres no Twitter. “Vim dormir. Ia ler o clipping da imprensa da semana, mas desisti. Preferi ouvir o Abbey Road inteiro dos Beatles e zapear na TV sem som”, escreveu Serra, na noite de 13 de julho. Pelo Twitter, é possível receber ainda outras confidências do tucano. Em 16 de agosto, o político deu vazão a um músico/cineasta frustrado: “Admiro quem sabe tocar bem um instrumento. Gostaria de ter talento para tocar piano. E para dirigir filmes.
Até pelo talento e poder de síntese que tem demonstrado ao passar mensagens em espaço reduzido, o governador paulista é hoje um dos mais populares políticos da rede de microblogs. Aos 67 anos, Serra entrou para a turma dos internautas depois dos 60 anos e para a dos “twitteiros” há pouco mais de três meses, em 19 de maio. Ele está convencido do papel da internet nas eleições do ano que vem. Por conta das restrições legais, Serra aposta que o impacto será inferior ao verificado nos Estados Unidos, onde o então candidato Barack Obama usou da rede para consolidar sua campanha.
– O grande desafio de campanhas na internet, que a de Obama venceu com louvor, é transportar o ativismo e a militância do mundo virtual para o mundo real – diz Serra.
Serra confirma que seu primeiro contato com a internet foi recente. Forçado pelas circunstâncias, o governador paulista afirma ter “aprendido na marra” a empregar a rede em uma passagem pelos Estados Unidos, depois de perder as eleições presidenciais de 2002.
– Fui obrigado a me conectar para conversar com a família, com os amigos, para me manter em dia com as notícias do Brasil e do mundo, para não ficar isolado. Primeiro, aprendi a receber e a mandar e-mail. Em seguida, a navegar pelo noticiário online. Agora, sou o governador twitteiro – afirma.
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