DEU EM O GLOBO
Com o presidente Lula em campanha no 2º turno, o governo deixou em compasso de espera assuntos como Orçamento de 2011, reajuste do mínimo, compra de novos caças para a FAB, o caso do italiano Cesare Battisti e até a escolha do novo ministro do Supremo.
Segundo turno paralisa o governo Lula
Orçamento de 2011, valor do mínimo, compra de caças e até escolha de ministro do STF só vão ser decididos após eleições
Cristiane Jungblut
BRASÍLIA. Diante da realização do segundo turno, são muitos os assuntos do governo Lula que estão em compasso de espera até a escolha do novo presidente.
Em especial, temas que afetarão o futuro governo, como o Orçamento 2011 e o salário mínimo que passará a vigorar em janeiro. O governo também decidiu deixar para novembro a decisão sobre a compra de novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB).
O projeto que regulamenta a exploração do pré-sal, que era prioridade para o presidente Lula, está parado no Congresso. Os parlamentares até ensaiaram retornar semana passada, mas decidiram esticar o recesso branco até o início de novembro.
Até questões que dependem quase que unicamente de Lula também estão pendentes, como a escolha do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O atraso na nomeação afetou diretamente a decisão da Corte sobre a Lei da Ficha Limpa, que ficou empatada. Lula já tinha dito que deixaria a nomeação para depois da eleição, mas acreditava que poderia fazer a indicação em outubro, pois apostava na vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno.
Também ficou para depois da eleição o destino do italiano Cesare Battisti. Lula terá que decidir se extraditará o ex-ativista político. O Supremo Tribunal Federal decidiu que ele deve ser extraditado, mas deu a palavra final ao presidente. Uma decisão de Lula em plena campanha poderia ser um desgaste a mais para a petista Dilma, já que é um tema polêmico.
Enquanto o governo e o Congresso vão acumulando pendências, um dos ministros de Lula, o de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, resolveu tirar férias em outubro para ajudar Dilma. Até então, Padilha vinha sendo uma espécie de porta-voz de assuntos da campanha dentro do governo.
Mas é nos assuntos que dependem dos parlamentares que a paralisia é maior. Para evitar debates acalorados no plenário, nestes dias que antecedem o segundo turno, foram suspensos os trabalhos até novembro, por decisão do presidente da Câmara, deputado Michel Temer (SP), vice na chapa de Dilma.
O Orçamento da União para 2011 — primeiro ano do sucessor de Lula — também está em compasso de espera. O novo valor do salário mínimo será motivo de intenso debate no Congresso.
Além do valor a ser votado no Congresso, a cifra final será fixada por Lula, em MP com validade a partir de janeiro de 2011, e para isso ele deverá conversar com o presidente eleito.
O vice-líder do governo no Congresso, deputado Gilmar Machado (PT-SP), responsável pelas negociações do Orçamento, reconhece: — Só vamos definir o Orçamento depois das eleições.
Temos que considerar a questão do salário mínimo, temos que sentar com as centrais e ainda tratar dos aposentados.
Neste momento, não adianta ter pressa
Com o presidente Lula em campanha no 2º turno, o governo deixou em compasso de espera assuntos como Orçamento de 2011, reajuste do mínimo, compra de novos caças para a FAB, o caso do italiano Cesare Battisti e até a escolha do novo ministro do Supremo.
Segundo turno paralisa o governo Lula
Orçamento de 2011, valor do mínimo, compra de caças e até escolha de ministro do STF só vão ser decididos após eleições
Cristiane Jungblut
BRASÍLIA. Diante da realização do segundo turno, são muitos os assuntos do governo Lula que estão em compasso de espera até a escolha do novo presidente.
Em especial, temas que afetarão o futuro governo, como o Orçamento 2011 e o salário mínimo que passará a vigorar em janeiro. O governo também decidiu deixar para novembro a decisão sobre a compra de novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB).
O projeto que regulamenta a exploração do pré-sal, que era prioridade para o presidente Lula, está parado no Congresso. Os parlamentares até ensaiaram retornar semana passada, mas decidiram esticar o recesso branco até o início de novembro.
Até questões que dependem quase que unicamente de Lula também estão pendentes, como a escolha do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O atraso na nomeação afetou diretamente a decisão da Corte sobre a Lei da Ficha Limpa, que ficou empatada. Lula já tinha dito que deixaria a nomeação para depois da eleição, mas acreditava que poderia fazer a indicação em outubro, pois apostava na vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno.
Também ficou para depois da eleição o destino do italiano Cesare Battisti. Lula terá que decidir se extraditará o ex-ativista político. O Supremo Tribunal Federal decidiu que ele deve ser extraditado, mas deu a palavra final ao presidente. Uma decisão de Lula em plena campanha poderia ser um desgaste a mais para a petista Dilma, já que é um tema polêmico.
Enquanto o governo e o Congresso vão acumulando pendências, um dos ministros de Lula, o de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, resolveu tirar férias em outubro para ajudar Dilma. Até então, Padilha vinha sendo uma espécie de porta-voz de assuntos da campanha dentro do governo.
Mas é nos assuntos que dependem dos parlamentares que a paralisia é maior. Para evitar debates acalorados no plenário, nestes dias que antecedem o segundo turno, foram suspensos os trabalhos até novembro, por decisão do presidente da Câmara, deputado Michel Temer (SP), vice na chapa de Dilma.
O Orçamento da União para 2011 — primeiro ano do sucessor de Lula — também está em compasso de espera. O novo valor do salário mínimo será motivo de intenso debate no Congresso.
Além do valor a ser votado no Congresso, a cifra final será fixada por Lula, em MP com validade a partir de janeiro de 2011, e para isso ele deverá conversar com o presidente eleito.
O vice-líder do governo no Congresso, deputado Gilmar Machado (PT-SP), responsável pelas negociações do Orçamento, reconhece: — Só vamos definir o Orçamento depois das eleições.
Temos que considerar a questão do salário mínimo, temos que sentar com as centrais e ainda tratar dos aposentados.
Neste momento, não adianta ter pressa
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