sábado, 23 de julho de 2011

A crise não é só o PR, ataca Sérgio Guerra

Oposição PSDB lembra que demitidos foram da gestão Lula

Gabriela Bezerra

A enxurrada de denúncias contra os ministérios do governo Dilma Rousseff (PT) – que herdou parte dos integrantes da gestão petista anterior – e as demissões em efeito dominó publicadas quase que diariamente nos jornais, criam um cenário favorável ao reerguimento da oposição. Se não conseguiram êxito nas urnas, os oposicionistas têm agora a chance de usar a fragilidade do governo ao seu favor. Presidente nacional do PSDB, o deputado federal Sérgio Guerra promete ações efetivas do grupo na volta do recesso parlamentar.

“Não dá para acreditar que isso é uma crise só do PR”, declarou. Como Guerra, o presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), acredita que a presidente Dilma sabia das irregularidades muito antes de elas serem denunciadas na imprensa, mas esperou a situação ficar insustentável para intervir. “É sempre a mesma história do ‘eu não sabia’. Os mesmos chavões estão sendo repetidos”, disse. O democrata também lembrou que Dilma era “a super-ministra” do governo Lula. “Não é exclusividade dessa gestão. O governo é um só. Isso tudo ocorria antes de Dilma assumir a Presidência e todos esses que estão sendo demitidos agora já integravam o governo na época de Lula”, completou.

A causa de tudo o que está sendo exposto agora, de acordo com Sérgio Guerra, remete à forma “pouco republicana” com que os ministérios foram montados, com o “loteamento da base” em torno dos cargos. “Ela não pode governar com a base que tem, com essa relação que vivencia com a base”, diagnosticou.

Agripino, inclusive, chamou atenção para a ameaça do líder do PR na Câmara Federal, Lincoln Portela (MG), na última quinta-feira (21). Irritado com as ações de Dilma para conter as irregularidades do Ministério dos Transportes, o republicano disse que “o governo está brincando com fogo”. “Alguém precisa esclarecer que fogo é esse”, clamou Agripino.

Os dois oposicionistas também comentaram a declaração do ex-presidente Lula, que, em visita ao Recife, defendeu a apuração das denúncias e a punição dos culpados. Ambos apontaram incoerência no discurso dele. “O presidente Lula não apurou nada nem puniu coisa nenhuma”, avaliou Guerra. Numa crítica mais contundente, Agripino afirmou que “a impunidade é uma característica do governo petista”.

Apesar do volume de denúncias e demissões, o barulho da oposição ainda não foi retumbante. Algo que só deve ocorrer em agosto, com a volta da atividade legislativa. “Estamos acompanhando, mas agora o Legislativo está de recesso.

No segundo semestre voltaremos com toda força”, garantiu Guerra, dizendo que até lá a bancada não irá ficar parada.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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