Deputados petistas afirmam que podem não
endossar peemedebista para presidir Câmara
Erich Decat
BRASÍLIA - Isolados na defesa do relatório da
CPI do Cachoeira, integrantes da cúpula do PT na Câmara ameaçaram não cumprir o
acordo de indicação do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) para a
presidência da Casa em fevereiro de 2013.
Pressionado, o deputado Odair Cunha (PT-MG)
recuou da decisão de pedir o indiciamento de cinco jornalistas, entre eles
Policarpo Júnior, diretor da revista "Veja" em Brasília, e uma
investigação contra o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
"O PMDB pediu para tirar o Gurgel e o
Policarpo e tiramos. Se agora não votarem no relatório, nós consideraremos isso
como um ruído grave", disse o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP).
"Companheiros perguntam se o PMDB não
apoiar o relatório se vamos apoiar o candidato deles", afirmou o deputado
Dr. Rosinha (PT-PR), integrante da CPI.
O PT tem hoje a maior bancada, com 85
deputados, e fez um acordo de apoiar o PMDB para presidir a Casa a partir de
fevereiro.
"Contamos com todos os partidos exceto o
PT. Vamos derrotá-los e não será a primeira vez que uma CPI ficará sem
relatório", disse o deputado Silvio Costa (PTB-PE).
A principal queixa dos descontentes é que
Odair "politizou" o texto ao colocar como principal alvo o governador
de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O petista diz que há ligação entre o esquema
do empresário Carlos Cachoeira e o governador e pede o indiciamento de Perillo.
Peemedebistas são contra o pedido de
indiciamento do ex-presidente da construtora Delta, o empresário Fernando
Cavendish.
De olho numa possível derrota, integrantes do
PT já apontam como alternativa realizar somente a discussão do relatório na
próxima semana e a votação em um outro momento.
Fonte: Folha de S. Paulo
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