A força do governo
A melhora na avaliação positiva do governo, que recuperou seis pontos percentuais desde junho passado (passou de 30% para 36%), repercutiu nas intenções de voto da presidente Dilma Rousseff, que hoje teria 35% — cinco a mais do que o registrado no fim de junho, segundo a pesquisa Datafolha divulgada no domingo. Ou seja, hoje é a favor da reeleição de Dilma quem considera a atual gestão boa ou ótima.
O governo é sempre a forma mais concentrada de poder. Mesmo que as políticas públicas deixem a desejar, ele arrecada, normatiza e coage. Com isso, sempre tem capacidade de reação em relação aos adversários. A recuperação, porém, não vem apenas desses atributos. Pelo contrário, Dilma soube retomar a iniciativa política (proposta de reforma política), domar a economia (alta dos juros) e responder com rapidez às pressões sociais (Programa Mais Médicos), ainda que parcialmente.
Apesar das propostas do tipo “plebiscito, já” e “serviço médico obrigatório no SUS para estudantes de medicina” terem dado com os burros n’água, Dilma fatura resultados objetivos: o IPCA de julho fechou em 0,03%, os protestos contra o governo federal amainaram (caiu de 65% para 49% o otimismo em relação ao movimento) e a oposição não conseguiu apresentar uma proposta alternativa. Com exceção de Marina Silva, em termos eleitorais, todos os adversários estão patinando.
Na rede
A ex-senadora Marina Silva, com todas as dificuldades, continua “metabolizando” os protestos: ganhou 3 pontos percentuais (de 23% para 26%) em relação à sondagem anterior. É a única entre os presidenciáveis que cresce — em dois meses, saltou de 10% para 16% e, agora, para 26%. Marina, porém, não conseguiu consolidar o seu partido, a Rede Sustentabilidade, que enfrenta grandes dificuldades para obter o registro na Justiça Eleitoral. Coletou 844 mil assinaturas e entregou aos cartórios 553 mil rubricas. Por ora, apenas 189 mil foram certificadas. Para atingir o mínimo de 492 mil, faltam 303 mil.
Atropela
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o único em condições de vencer as eleições no primeiro turno: aparece com 51% das intenções de voto
Recuo / O senador Aécio Neves (PSDB-MG), segundo o Datafolha, sentiu o baque da dissidência do ex-governador José Serra e do escândalo em relação às licitações do metrô de São Paulo. Perdeu quatro pontos (caiu de 17% para 13%) nas pesquisas em relação ao fim de junho.
Parado/ E o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), oscilou positivamente um ponto (de 7% para 8%) na pesquisa Datafolha. Diante das circunstâncias (a candidatura está em ponto morto), é um resultado positivo.
Atrapalha/ O ex-governador de São Paulo José Serra, caso saia do PSDB e seja candidato, atrapalha a vida de todo mundo: com 15% de intenções de votos, joga para baixo os concorrentes: Dilma cai de 35% para 32%; Marina, de 26% para 23%; Aécio, de 13% para 10%; e Campos, de 7% para 6%.
Espionagem
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, chega hoje ao Brasil. Será recebido pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota (foto). Na agenda bilateral, o programa de espionagem norte-americano, que monitorava comunicações eletrônicas e ligações telefônicas no Brasil.
Caravana
Presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado percorre todo o país para pregar a necessidade da reforma política. Nos estados, se reúne com advogados e movimentos sociais. A campanha já foi lançada no Distrito Federal, no Ceará, em Pernambuco, na Paraíba, em Sergipe, em Santa Catarina, em Goiás, no Tocantins, no Piauí e em Minas Gerais. Até o fim do mês, a campanha chegará ao Rio Grande do Sul e ao Rio de Janeiro.
Convocado
Os senadores tucanos Alvaro Dias (PR) e Aloysio Nunes Ferreira (SP) querem convocar o lobbista e ex-diretor da BR Distribuidora Augusto Henriques para que, em audiência na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle, possa prestar esclarecimentos sobre a existência de um suposto esquema de corrupção na Petrobras para favorecer parlamentares, partidos políticos e campanhas eleitorais.
Comunistas
A Câmara dos Deputados fará sessão solene hoje para a entrega simbólica dos mandatos de 14 deputados comunistas cassados em 1948: Jorge Amado, Carlos Marighella, Maurício Grabóis, João Amazonas, Francisco Gomes, Agostinho Dias de Oliveira, Alcêdo de Moraes Coutinho, Gregório Lourenço Bezerra, Abílio Fernandes, Claudino José da Silva, Henrique Cordeiro Oest, Gervásio Gomes de Azevedo, José Maria Crispim e Oswaldo Pacheco da Silva. A iniciativa é da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Fonte: Correio Braziliense
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