quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Dilma incentivará candidatura de Crivella ao governo do Rio

Em busca do maior número possível de palanques no estado, presidente quer ter ao seu lado quatro dos cinco primeiros colocados nas pesquisas

Paulo Celso Pereira

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff deve chamar o ministro da Pesca, Marcelo Crivella, para conversar nas próximas semanas de olho nas eleições de outubro. A disposição do ministro em se lançar ao governo estadual vem sendo vista com bons olhos pela presidente, que quer ter o maior número de palanques possíveis no Rio. Uma sólida vitória de Dilma no estado é fundamental, na avaliação do PT, para garantir a reeleição da presidente, já que a perspectiva é que haja uma redução da vantagem obtida em 2010 no Nordeste e que, ao contrário daquela eleição, ela perca em Minas Gerais. Hoje, o cenário dos sonhos da presidente é ter ao seu lado quatro dos cinco primeiros colocados nas pesquisas: Marcelo Crivella, Anthony Garotinho, Lindbergh Farias e Luiz Fernando Pezão. O quinto candidato é Cesar Maia, do DEM.

O ministro da Pesca já havia inclusive pedido uma conversa com a presidente para tratar do tema e, segundo interlocutores da presidente, receberá a garantia de que seu partido, o PRB continuará comandando a pasta. O nome mais provável é o do brigadeiro Átila Maia, atual secretário-executivo da pasta. Se no Rio o presidente do PT defende que o ministro ocupe o posto de vice de Lindbergh, em Brasília a avaliação é que a união de dois candidatos de perfis tão distintos pode gerar confusão no eleitor. Por isso, a preferência de Dilma neste momento é que o ministro se lance sozinho. A tendência é que Crivella seja assim o quarto ministro a sair do governo para disputar comandos estaduais, acompanhado de Alexandre Padilha (Saúde), Gleisi Hoffmann (Paraná) e Fernando Pimentel (Minas Gerais).

Em relação à saída do PT da gestão de Sérgio Cabral, Dilma continua inclinada a fazer o que for possível para preservar o apoio do PMDB no estado. Por isso, seu objetivo segue sendo manter os petistas na máquina estadual até março, quando Cabral deixará o Palácio Guanabara. Na avaliação da presidente, assim cresceriam as chances de Pezão manter seu apoio a ela, mesmo com o PT tendo candidato.

Indagado sobre a promessa de saída do PT do governo estadual, o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) voltou a atacar:

— O PT vem dizendo que vai sair do governo e nunca sai, é a enésima vez que marcam uma data. O PT está parecendo novela mexicana, não ata nem desata. O que o PMDB tem dito é que nós desejamos a manutenção da aliança. Quem deseja romper são setores do PT, e essa decisão só cabe a eles. Eles descobriram que deveriam ter divergência com o governo após sete anos. Data marcada para o PT para a saída e nada é a mesma coisa, já marcaram várias vezes — afirmou.

Fonte: O Globo

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