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O deputado federal Rubens Bueno (Cidadania-PR) fez, nesta terça-feira (17), em discurso no plenário da Câmara, uma defesa veemente da democracia e condenou aqueles que trabalham para enfraquecer as instituições e atuam na tentativa de criminalizar a política, entre eles integrantes do próprio governo.
“Reagimos com firmeza contra todos os ataques. A democracia é patrimônio de uma Nação e jamais podemos voltar a flertar com regimes autoritários e ditatoriais. Os avanços de um país são construídos pela busca de consensos, pela harmonia entre os poderes, e com a participação ativa da população nos debates. Jamais pela imposição de um único polo de poder”, alertou o parlamentar, que traçou um panorama de algumas situações que aconteceram durante o ano.
Rubens Bueno lembrou que o ano de 2019 começou com uma certa apreensão em torno dos rumos que o país iria tomar. Depois de mais de duas décadas de alternância da presidência da República entre PSDB e PT, o eleitor resolveu trilhar um novo rumo e escolheu para o comando do país um político ligado ao espectro mais conservador, defensor da ditadura e de reconhecidos torturadores.
“Havia o temor por ataques contra as instituições após uma das campanhas mais acirradas dos últimos anos, marcada por discursos exacerbados e pela disseminação de notícias falsas por ambos os lados. E não demorou muito para que integrantes do governo e os filhos do presidente gerassem uma série de crises, principalmente por meio de trocas de ofensas e ataques direcionados a Câmara, ao Senado e ao Supremo Tribunal Federal”, disse.
Um dos episódios mais graves, frisou o parlamentar, foi a cogitação de uma reedição de atos institucionais da ditadura militar.
“Temendo que um movimento contra o governo pudesse tomar corpo, como aconteceu no Chile e na Bolívia, o deputado Eduardo Bolsonaro cogitou a reedição do AI-5, o abominável ato institucional da ditadura militar que permitiu a adoção da censura, a cassação de mandatos e a prisão, tortura e assassinato de opositores do governo” criticou Rubens Bueno.
O deputado ressaltou que a declaração provocou reações imediatas e coube ao Congresso evitar arroubos autoritários e ao Supremo Tribunal Federal também se manifestar contra declarações e movimentos antidemocráticos que vez por outra eclodiam pelos corredores do governo.
Rubens Bueno também lembrou ainda que a imprensa também foi e continua sendo alvo preferencial da artilharia daqueles que não sabem conviver de maneira equilibrada com o contraditório e com as críticas que só um jornalismo livre e independente pode fazer.
Sobre os ataques contra a política, o deputado ressaltou que o caminho correto é o combate aos maus políticos e não a desconstrução da atividade.
“Muito se tentou nos últimos anos criminalizar a política, essa atividade que nasceu junto com a humanidade. O caminho não é criminalizar a política, como muitos integrantes e apoiadores do governo ainda insistem em fazer. Que se puna os maus políticos e não se demonize a política”, disse.
Rubens Bueno disse ainda que o ano de 2019 trouxe lições.
“Ódio e intolerância não são bons companheiros. As diferenças, tão fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e saudável, precisam ser respeitadas. Não se muda um país por meio de batalha campal nas redes sociais e nas ruas, onde vale desde a desqualificação do adversário até a propagação de mentiras e promoção de campanhas de destruição de reputações”, afirmou.
De acordo com o deputado, o debate é necessário e saudável e até mesmo muitos atores dessa guerra de extremos, entre direita e esquerda, parecem, ao fim desse ano, ter começado a entender que acima de interesses eleitorais e ideológicos está um país que precisa urgentemente recuperar sua economia, retomar seu desenvolvimento e gerar emprego e renda.
“E, aqui no Legislativo, é nosso dever mediar esses conflitos e fazer com que os brasileiros se unam para a construção de um país melhor para nossos filhos e netos. Continuamos, como sempre, vigilantes em defesa da democracia, do combate à corrupção, da melhoria dos sistemas de proteção social e das reformas”, afirmou Rubens Bueno.
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