Camila Zarur / O Globo
RIO — No primeiro evento após o anúncio de
sua filiação ao PSD, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foi “convocado” a
disputar a presidência da República em 2022. O pedido foi feito pelo prefeito
do Rio, Eduardo Paes, presidente da legenda no estado, e pelo ex-ministro
Gilberto Kassab, que comanda nacionalmente o partido. As falas foram feitas em
uma convenção da sigla, no Rio de Janeiro, que também lançou a pré-candidatura
do presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, ao governo estadual.
Logo na abertura da cerimônia, Paes fez uma
referência ao desejo da sigla de ter Pacheco como presidenciável no ano que
vem. A mudança de partido do senador já é um passo para que isso aconteça.
Nesta semana, ele anunciou que está deixando o DEM para aceitar o convite de se
filiar ao PSD feito por Kassab, um dos principais defensores de sua candidatura
ao Planalto. A cerimônia que vai sacramentar a migração está marcada para a
próxima quarta-feira, no Memorial JK, em Brasília.
— Como aqui no Rio não temos papas na
língua, quero cumprimentar o próximo presidente da República, Rodrigo Pacheco —
disse Paes ao saudar o futuro correligionário. Em outro momento do evento,
voltou a enfatizar que o senador deve ser candidato: — Eu vim aqui como cidadão
para dizer que você está convocado a disputar a presidência da República.
O mesmo tom foi adotado pelo presidente do
partido, que reafirmou que o PSD terá um candidato próprio à presidência e
disse que Pacheco só não será o escolhido “se ele não quiser”. Kassab ainda
exaltou a trajetória do senador, que foi advogado criminalista antes de entrar
na vida pública. O cacique ainda ofereceu todo o apoio da legenda ao
parlamentar:
— PSD e os seus companheiros estão prontos
para abraçar os seus projetos. Não só para a sua campanha, mas para você ser um
grande presidente da República. Você tem todas as condições para vencer as
eleições e deixar os mineiros e brasileiros orgulhosos — disse, se direcionando
a Pacheco.
O senador, por sua vez, desconversou ao ser questionado se acataria a “convocação” de Paes e de Kassab. Pacheco respondeu que, por ser presidente do Senado e do Congresso Nacional, tem limitações que o impedem de afirmar sua pré-candidatura por ora, mas disse que, “no momento certo, haverá essa reflexão”.
Ele, no entanto, não se acanhou quando foi
saudado pelos futuros correligionários como o pré-candidato do partido. Pelo
contrário, em diversos momentos, se levantou, tirou a máscara e aceitou os
aplausos quando era chamado de “futuro presidente” pelos demais oradores do
evento. Em seu discurso, o último na cerimônia, Pacheco também adotou um tom
eleitoral e afirmou que a política “precisa dar reposta às pessoas”. Entre os
interlocutores do senador, há um entendimento de que a disputa do ano que vem
será uma eleição “voltada aos problemas reais” das pessoas.
— Eu sei a exata dimensão da minha
responsabilidade como presidente do Congresso Nacional. E nós temos hoje um
Brasil que precisa de respostas da política. Nós precisamos dar respostas as
pessoas. Eu pergunto a cada um de vocês: para que que a política serve se não
for para dar o mínimo de felicidade às pessoas? E o que é felicidade no final
das contas? É o cidadão poder sair de casa para trabalhar pois tem um emprego, ter
a segurança que a mulher ou mãe dele será atendida em um hospital — discursou.
Por fim, Pacheco ainda pregou pelo diálogo
e disse que é preciso deixar os extremismos de lado:
— Nós precisamos estar unidos. Buscar as
convergências e respeitar as diferenças. Deixando para lá a radicalização, os
extremismos
Pré-candidatura de Santa Cruz
O evento do PSD também serviu para lançar a
pré-candidatura de Felipe Santa Cruz ao Palácio Guanabara. Assim como fez com
Pacheco, Paes declarou estar “intimando” o aliado a entrar na disputa pelo
governo do Rio. Em seu discurso, o presidente da OAB já anunciou que uma das
principais bandeiras de sua campanha será a segurança pública.
— A primeira da batalha que vamos enfrentar
é a batalha da segurança pública — afirmou, completando que demais temas, como
o turismo, dependerão da resolução da violência no Rio —Nós precisamos, a
partir desse recorte, recuperar o nosso estado e assim fazermos o que
precisamos fazer, construir empregos e melhor expectativas.
Santa Cruz, que ganhou notoriedade após bater
de frente com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2019, não deixou de
fazer críticas ao chefe do Executivo nacional. Por fim, o pré-candidato também
alfinetou o atual governador do Rio, Claudio Castro (PL), que tenta a
reeleição. A crítica ao advogado foi devido à venda da Cedae.
— Fazer política é dialogar, mas também é
ter posição e não se dobrar aos canalhas — afirmou.
Kassab elogia Paes
A convenção do partido contou com a
presença de lideranças nacionais do PSD. O prefeito do Rio está filiado ao
partido há apenas cinco meses, desde maio deste ano, quando se desfiliou do
DEM. O período, no entanto, já foi suficiente para que recebesse um afago do
presidente nacional da legenda.
— Eu não tenho nenhuma dúvida de que você
será, ao longo dos próximos anos, governador do Rio de Janeiro. Eu não tenho
nenhuma dúvida de que você será presidente da República — disse Kassab a
Paes.
Entre os convidados no evento estavam, os
senadores pessedistas Antonio Anastasia (MG), Nelsinho Trad (MS) e Carlos
Fávaro (MT), além dos secretários municipais da gestão de Paes, Pedro Paulo
(Fazenda), Marcelo Calero (Integridade Pública), Renan Ferrerinha (Educação),
Joyce Trindade (Mulher), Laura Carneiro (Assistência Social) e Chicão Bulhões
(Desenvolvimento Econômico). O ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia também
compareceu à cerimônia, mas deixou o local pouco após o início do evento.
Pré-candidatura de Santa Cruz
O evento do PSD também serviu para lançar a
pré-candidatura de Felipe Santa Cruz ao Palácio Guanabara. Assim como fez com
Pacheco, Paes declarou estar “intimando” o aliado a entrar na disputa pelo
governo do Rio. Em seu discurso, o presidente da OAB já anunciou que uma das
principais bandeiras de sua campanha será a segurança pública.
— A primeira da batalha que vamos enfrentar
é a batalha da segurança pública — afirmou, completando que demais temas, como
o turismo, dependerão da resolução da violência no Rio —Nós precisamos, a
partir desse recorte, recuperar o nosso estado e assim fazermos o que
precisamos fazer, construir empregos e melhor expectativas.
Santa Cruz, que ganhou notoriedade após
bater de frente com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2019, não
deixou de fazer críticas ao chefe do Executivo nacional. Por fim, o
pré-candidato também alfinetou o atual governador do Rio, Claudio Castro (PL),
que tenta a reeleição. A crítica ao advogado foi devido à venda da Cedae.
— Fazer política é dialogar, mas também é
ter posição e não se dobrar aos canalhas — afirmou.
Um comentário:
O Pacheco como senador é uma inutilidade, inespressivo, nunca o vi emitir um pensamento lógico, só faz escorregar feito sabão. O Brasil não é saboneteira, espero que o mineiros o coloquem onde sempre esteve, na Lama escorreguenta.
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