Correio Braziliense
No jantar com Lula, os pesos-pesados da
economia brasileira derivaram em direção à oposição. Bolsonaristas graúdos da
Paulista e Faria Lima disputaram convites para participar do encontro
Alguém viu o presidente da Câmara, Arthur
Lira (PP-AL), acompanhando o presidente Jair Bolsonaro na campanha eleitoral
fora de seu estado? Claro que não, ele está fazendo campanha em Alagoas para se
reeleger. Saiu de cena de fininho, para articular a sua própria reeleição ao
comando da Casa, mesmo que venha a ter de enfrentar um governo eventualmente
hostil, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja eleito. Digo
eventualmente porque Lira nunca dinamitou suas pontes com a bancada do PT.
O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente do PP, bem que tentou um movimento semelhante, ao se licenciar do cargo para fazer campanha no Piauí, mas houve pronta reação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL), que interpretou o gesto como uma deserção, até porque Nogueira não é candidato. Mesmo Valdemar Costa Neto, presidente do PL, legenda que abriga a candidatura à reeleição de Bolsonaro, não queimou os navios com Lula. Seu objetivo é eleger de 60 a 75 deputados federais para ter condições de negociar com quem vencer a eleição e ser o fiel da balança nas votações da Câmara. Nas eleições proporcionais, vale tudo; predomina o pragmatismo.
Na noite de terça-feira, num jantar com
Lula, os pesos-pesados da economia brasileira derivaram em direção à oposição.
O stablishment econômico já havia mandado sinais de fumaça no manifesto pelo
Estado democrático de direito, organizado pela poderosa Federação das
Indústrias de São Paulo (Fiesp). Alguns bolsonaristas graúdos da Paulista e
Faria Lima disputaram convites para participar do encontro, com a desculpa de
que é preciso manter o diálogo. Quando Bolsonaro se queixa de que está sendo
traído, com certeza se refere aos grupos econômicos que lhe prometeram apoio e
agora estão desertando.
O café já está sendo servido frio no
Palácio do Planalto. Bateu um desânimo em razão da estagnação de Bolsonaro nas
pesquisas, apesar dos duros ataques a Lula e ao fato de que sua rejeição
continua acima dos 50%, ao passo que a do petista permanece alta, mas não a
ponto de inviabilizar sua eleição. Números recorrentes nas duas últimas semanas
de campanha são um sinal de que dificilmente haverá uma viragem. Bolsonaro está
estacionado num terreno adverso, que não era previsto por seus estrategistas.
Supunha-se que a melhoria no ambiente econômico o levaria à reeleição, mas não
é o que está ocorrendo.
A campanha do voto útil, depois da adesão
de artistas, intelectuais e economistas, ganhou o apoio de ex-presidentes do
Supremo, de Carlos Velloso a Joaquim Barbosa. Numa situação como essa, a
máquina do governo entra em “operação-padrão”, o que não é bom para quem
precisa alavancar sua candidatura e imaginava que faria isso por meio da
estrutura do Estado. Um bom exemplo é o Itamaraty. O ministro de Relações
Exteriores, Carlos Alberto Franco França, recentemente, seguiu o regulamento e
não considerou os pleitos dos bolsonaristas ao promover os diplomatas em
serviços no exterior. O chororô é grande. Outros setores do governo entraram em
“operação-padrão” ou simplesmente se fingem de mortos, esperando o resultado
das urnas.
Debate na tevê
Na verdade, Bolsonaro está perdendo a
eleição em razão de diferenças abissais a favor de Lula no Nordeste, entre os
eleitores que percebem menos de dois salários mínimos e junto às mulheres. O
corte geográfico e de renda possibilita ajustes na campanha do presidente em
busca dos eleitores indecisos, mirando algumas regiões e alguns segmentos
populares. Entretanto, o corte de gênero é terrível para Bolsonaro, que está
perdendo onde pais e filhos são bolsonaristas, mas as esposas e filhas preferem
outros candidatos, principalmente Lula. Quanto mais agressivo for o marido
bolsonarista, mais convicta fica sua companheira de que não deve votar em
Bolsonaro. É uma faixa de eleitores na qual a campanha desagrega a família, mas
o voto não muda.
Lula e Bolsonaro se digladiarão hoje à
noite, no debate de presidenciáveis da TV Globo, considerado por ambas as
campanhas como um evento que pode garantir a vitória de Lula no primeiro turno
ou levar a disputa para o segundo. Os dois se prepararam muito para esse
enfrentamento, Lula advertido de que não deve ser tão apático quanto fora no
debate da Band, Bolsonaro convicto de que precisa partir para a ofensiva contra
o petista, com objetivo de aumentar sua rejeição, mas sem perder as
estribeiras.
O problema de ambos é que não vai dar para
combinar com Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União
Brasil) e Felipe D’Ávila (Novo) para que sejam meros coadjuvantes; ou seja, que
não roubem a cena, como aconteceu nos debates anteriores. Desses quatro, o fio
mais desencapado é Ciro, alvo principal da campanha de voto útil do PT.
Entretanto, a esta altura do campeonato, não resta dúvida de que quem mexer com
Soraya e/ou Simone pode gerar um curto-circuito no debate. D’Ávila não é um
político profissional, acostumado aos embates eleitorais, é um empresário que
se lançou à Presidência idealizando a política. Sua tendência no debate é se
comportar como um lorde inglês e defender suas teses. É um político sem
carisma.
5 comentários:
Você não fica vermelho com essa mentirada porque você é bem moreno, que vergonha , que esculacho com o jornalismo !
além de fazer campanha para o Luladrão,
Quem trabalha tem família produz vai votar contra a volta dos bandidos do PT chefiado pelo Lula
azedo você sempre foi chapa branca mais pelo amor de Deus você passou de todos os limites, o eleitor vai te cobrar isso tudo
você vai ter que passar uma temporada longe pro povo esquecer o que você tem feito de mal na pandemia e nas eleições
O gado tá nervooooso.
Lula lá é no 1o turno!
O anônimo bolsonarista vai votar pela manutenção do miliciano mentiroso genocida que não vê fome no Brasil. Quase 1/3 dos eleitores vai fazer o mesmo... Felizmente, muito menos que a maioria. Metade dos que votaram na Nova Política de Bolsonaro em 2018 já desistiram do miliciano mentiroso!
O Centrão reúne ladrões e aproveitadores... Eles não são burros! Como ratos, já estão abandonando o navio bolsonarista que afunda cada vez mais. Quando o genocida for condenado e preso, não vão visitá-lo na cadeia!
O colunista arrasa nas análises.
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