O Globo
A possibilidade, tratada com desdém desde a
desastrosa gestão na pandemia, tornou-se real
Os perto de 6 milhões de votos de vantagem
do ex-presidente Lula sobre o presidente Jair
Bolsonaro na votação deste domingo apontam para um segundo
turno renhido. Nunca houve viradas nas seis disputas presidenciais que foram
para o segundo turno, mas a distância menor que as projeções das empresas de
pesquisa impede uma afirmação categórica.
Das 108 ocasiões desde 1998 em que as
disputas para governador foram para tira-teimas, o candidato que chegou na
frente foi o vencedor em 77. Das 31 viradas, 17 ocorreram quando os dois
candidatos terminaram a menos de cinco pontos percentuais dos votos um do
outro. Somente em cinco casos ocorreram viradas com uma diferença acima de dez
pontos percentuais.
O timing é de Bolsonaro, que venceu em 13
estados, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e toda a região Sul e
Centro-Oeste, contrariando não apenas as empresas de pesquisa, mas até seus
próprios líderes no Congresso que quase o abandonaram no meio da disputa. A
possibilidade de reeleição de Bolsonaro, tratada com desdém desde a desastrosa
gestão na pandemia de Covid-19, tornou-se real.
Bolsonaro chegou aos 50 milhões de votos sem firmar um compromisso de campanha para além de um genérico “mais do mesmo” sobre o quem vem fazendo no governo. Considerado há meses um caso perdido pelos agentes econômicos, ele não recebeu nenhuma cobrança sobre seus planos, se é que eles existiam. Assim como em 2018, a campanha de Bolsonaro foi um misto de antipetismo e voluntarismo messiânico. Deu mais certo do que os próprios bolsonaristas esperavam.
Dada a polarização entre os dois lados, é
natural esperar que as próximas semanas sejam tensas. Depois do debate na TV
Globo na semana passada, é impossível imaginar que um encontro público entre
Bolsonaro e Lula seja civilizado.
O segundo turno serve para impor realismo à
campanha do PT. Estrategicamente, o campo lulista hesitou em apresentar
detalhes de seu programa econômico, uma forma de ter espaço para futuras
negociações. Para todas as perguntas delicadas, Lula tinha como resposta pronta
a frase de que seus governos anteriores eram garantia suficiente sobre suas
intenções.
Lula supôs que, ao trazer o ex-adversário
Geraldo Alckmin como candidato a vice, daria um sinal suficiente para atrair o
voto moderado, especialmente no Estado de São Paulo, onde o PT só venceu as
eleições de 2002. Não foi o suficiente.
O PT também sofrerá com um Congresso eleito
nitidamente bolsonarista, que trabalhará contra a eleição de Lula sem ter a
pressão de buscar votos para si mesmo. Mesmo que vença em 30 de outubro, Lula
terá uma Câmara dos Deputados muito menos ansiosa por negociar com ele do que
quando foi eleito em 2002 e 2006.
A dinâmica do segundo turno, portanto, será
de um Bolsonaro ainda mais agressivo e de um Lula pressionado a buscar votos no
centro e na centro-direita para vencer. É um cenário com que o PT não
trabalhava. Detalhes do programa econômico que o comando lulista imaginava
poder adiar para novembro ou dezembro terão de ser debatidos e revelados em
poucas semanas.
Não haverá lua de mel. Lula inicia a
campanha do segundo turno sob a pressão de precisar ceder mais do que gostaria
e antes do que imaginava.
*Thomas Traumann é jornalista e pesquisador
da FGV/DAPP
5 comentários:
Eu esperei muito por esse dia, de ver vocês perdidos que nem barata tonta, arrumando a narrativa para seguir em frente mentindo e tentando influenciar o eleitoral ao erro Pró Luladrão
São Paulo Rio de Janeiro Bolsonaro disparou na frente Tarciso de Freitas primeiro lugar disparado Bolsonaro elegeu todos os seus ministros senadores e deputados federais
A narrativa de vocês foi desmascarada tudo falso
O consórcio dessa imprensa marrom vendida está de luto pela sua vergonha e vexame
Os institutos de pesquisa Datafolha IPEC tem que fechar as portas e pedir desculpa ao povo brasileiro por ter cometido os erros tão grosseiros a favor do Lula
Precisa de uma investigação do Ministério Público Federal aplicações de Sanções com multa e suspensão das pesquisas
Se já para presidente erraram muito , para senador foi um escândalo , esses títulos fajutos Datafolha e IPEC precisam encerrar suas atividades urgentemente , estão cometendo fraude eleitoral na medida que influenciam o eleitor indeciso
Fraude eleitoral é o que o GENOCIDA disse haver e NUNCA PROVOU! E agora, calou sua boca e não respondeu as perguntas dos jornalistas sobre FRAUDE! Mentiroso! A desastrosa gestão na pandemia é que evitará que ocorra a desastrosa vitória bolsonarista. Mais da metade da população lembra bem das atrocidades cometidas pelo GENOCIDA durante a PIOR GESTÃO DA PANDEMIA entre todas as nações! Nem Trump foi tão canalha nos EUA...
Trump não canalha? Até os filhos foram processados por fraude, só que lá não é Brasil, tem leis que não poupam ninguém. O coitado nem sabe se poderá ser candidato em 2024, tão atolado está com a justiça.
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