O Globo
A possibilidade de vitória do candidato de
extrema direita na Argentina, Javier Milei, já no primeiro turno da eleição
presidencial em outubro, traz à tona a onda direitista que se aproxima
A possibilidade de vitória do candidato de
extrema direita na Argentina, Javier Milei, já no primeiro turno da eleição
presidencial em outubro, sugerida pela votação que obteve nas recentes
primárias obrigatórias, traz à tona a onda direitista que se aproxima não
apenas na América do Sul, mas no mundo. Esse estado de espírito, que ameaça
superar a “onda vermelha”, ou pelo menos “rosa”, que parecia ter se iniciado
com a vitória de Lula no ano passado, poderá influenciar os movimentos no
Brasil, apesar dos inúmeros indícios de que o ex-presidente Bolsonaro está
envolvido nos movimentos golpistas de janeiro.
A esquerda, que vencera na Colômbia com
Gustavo Petro, na Bolívia com Luis Arce, no Chile com Gabriel Boric, no Peru
com Pedro Castillo, vem perdendo força em diversos países da América do Sul. No
Uruguai, Lacalle Pou mantém atitude independente no Mercosul, cujo comunicado
da mais recente reunião se recusou a assinar por considerar que o organismo não
estimula a abertura econômica e, no campo político, não se posiciona contra a
Venezuela. No Paraguai, o eleito, Santiago Peña, é do Partido Colorado, de
direita.
No Chile, com um governo moderado de Gabriel Boric, que vira e mexe enfrenta Lula nos debates sobre o papel da esquerda na região, o vencedor da eleição para o Conselho Constitucional que escreverá uma nova Carta, depois que a proposta da esquerda foi rejeitada em referendo, foi o Partido Republicano, comandado por José Antonio Kast, da direita populista. Ele aparece à frente nas pesquisas para as próximas eleições presidenciais, com 20% das intenções de voto, seguido pelo nome da centro-direita, Evelyn Matthei, com 13%.
Na Europa, a situação é ainda mais evidente.
Hungria, com Viktor Orbán, e Polônia, com o Partido Lei e Justiça (PiS), foram
os primeiros sinais de que a extrema direita estava viva na Europa, seguidos
por Giorgia Meloni na Itália. Na Alemanha, o avanço do Alternativa para a
Alemanha (AfD) na antiga Alemanha Oriental vai se ampliando pelo país. As
pesquisas sugerem que o partido de ultradireita está em segundo lugar,
superando o Partido Social-Democrata (SPD), do atual chanceler Olaf Scholz, com
a União Democrata Cristã (CDU) mantendo o primeiro.
Na Espanha, a direita venceu as recentes
eleições, embora o PP não tenha obtido maioria para formar um novo governo,
mesmo se unindo ao Vox, que se declara herdeiro do ditador Francisco Franco e
dos Cavaleiros Templários da Idade Média. Na Finlândia, a extrema direita
passou a integrar o governo e, na Suécia, dá apoio decisivo ao novo governo
conservador. Na Grécia, os conservadores conseguiram expressiva vitória
recente, com três partidos de extrema direita entrando no Parlamento Nacional.
A principal exceção à onda direitista é a
Inglaterra, onde as pesquisas dão vantagem ao Partido Trabalhista. Mas o
primeiro-ministro Rishi Sunak parece tentar recuperar o prestígio conservador
apoiando políticas contrárias à preservação ambiental, adiando metas de
contenção de carros movidos a gasolina ou diesel e a modernização do
aquecimento a gás de casas e repartições. Na França, a possibilidade de derrota
do grupo político de centro, representado pelo presidente Emmanuel Macron,
parece concreta, sem que se saiba que candidato da direita seria vencedor.
Nos Estados Unidos, a chance de Donald Trump
voltar ao poder parece grande, no que seria a maior mudança de rumo da política
internacional favorável à direita . A base desse movimento parece ser o
aparente declínio econômico do Ocidente, embora a China esteja dando sinais de
esgotamento de seu modelo. Exaustão com o establishment, os prejudicados pela
decadência econômica em busca de uma saída, a disputa volta a ser entre uma
base de precarizados e a elite. Forma-se um ambiente político propício ao
populismo de direita, caso os atuais governantes de esquerda não mostrem
resultados. No Brasil, apesar dos graves crimes cometidos na tentativa de
golpe, mantém-se entre os adeptos da direita a ideia, não totalmente desprovida
de razão, de que há abuso de poder do Supremo Tribunal Federal (STF).
2 comentários:
Extrema-Direita.
Extrema-Direita.
Extrema-direita.
▪ Horror! Horror!
■Porém, em um mundo em que tudo está sendo polarizado e os que se dizem "de esquerda" aplicam manipulação de ideias e de definição de conceitos para distorcer, estes, em sua maior parte, são apenas ditos "de esquerda", mas o que eles são mesmo é fundamentalistas em algum grau, uns setores mais, outros menos fundamentalistas.
▪Estes ditos "de esquerda", de fato, são a Extrema-Esquerda que se disfarça de menos extremista.
■Disso resulta que temos também:
Extrema-Esquerda.
Extrema-Esquerda.
Extrema-Esquerda.
E tal qual os seus homólogos fundamentalistas ditos "de direita", os ditos "de esquerda" são dualistas, separando em apenas dois segmentos um mundo que é de grande diversidade em tudo, principalmente no campo das ideias.
O que fazem os fundamentalistas (muitos deles deles populistas rastaqueras) é empobrecer o mundo ; principalmente empobrecer o mundo das ideias.
Pobre mundo!
Pobres ideias!
Pobres de todos nós!
O resultado da ação dos fundamentalistas populistas tem sido o aprofundamento da polarização e da concentração política, seja por imposição ditatorial-militar, como, à esquerda, na China, na Venezuela, na Coréia do Norte, ou à direita, Arábia Saudita, Irã, Níger ; ou seja por ocupação de poder pela via eleitoral, mas articulados mundialmente com seus homólogos, como, à esquerda, o Brasil de Lula, a Argentina dos Kirchiners, os EEUU de Bernie Sanders e a Bolívia de Evo Morales ; ou à direita, o El Salvador de Naiyb Bukele, o Brasil de Bolsonaro, os EEUU de Donald Tramp ou a Rússia de Vladimir Putin.
■De qual destes fundamentalismos você participa ou apoia? O fundamentalismo à esquerda (muitas vezes populismo rastaquera) de Xi Jiping, de Bernie Sandes, de Kim Jong-un, de Lula e dos Kirchiners ; ou do fundamentalismo à direita (muitas vezes populismo rastaquera) de Vladimir Putin, Donald Tramp, Jair Bolsonaro e de Naiyb Bukele?
■Você apoia:
▪Trump ou Sanders?
▪Lula ou Bolsonaro?
▪Putin ou Xi Jiping?
Como surpresa destes tempos sombrios o que eu tenho visto horrorizado é um conluio comum entre eles todos, não importando o sabor ideológico.
Estão embricados de alguma forma Putin, Xi Jiping, Kirchner, Bolsonaro, Lula, Tramp, Sandes,...
...Todos eles contra o progressismo e a democracia!
Extrema-Direita
Extrema-Direita
Horror! Horror! Horror!
Tal o estado do mundo e tantos de nós apoiando estas coisas, muitas vezes por desconhecimento, capturados pelas ideias fáceis e manipuladas dos populistas e fundamentalistas.
Mas todos os sabores ideológicos são válidos quando são legítimos e não populismos rastaqueras e devem ser tolerados e respeitados, desde que não atentem contra a democracia. Ideologismos não se combate com xingamentos e platitudes ; ideologismos se combate com ideias!
A saída nunca é pelos extremos.
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