Folha de S. Paulo
Aumento de influência do chefe da Casa Civil
virou marca no segundo ano de Lula
Poucos integrantes do governo Lula acumularam
tanta antipatia de colegas no primeiro ano de mandato como Rui Costa. O
chefe da Casa
Civil era descrito por parlamentares e ministros como um
político centralizador,
ambicioso e ríspido.
Os adjetivos talvez permaneçam lá, mas a marca agora é outra. A consolidação do poder de Costa é um dos fenômenos deste segundo ano de governo. O ministro não só assumiu a confiança plena do presidente como expandiu sua influência.
A mudança no comando da Petrobras é
o exemplo mais recente. Lula demitiu um presidente que exibia certa rebeldia em
relação aos planos da Casa Civil para instalar na estatal uma gestora disposta
a fazer uma
dobradinha com Costa.
O ministro vai participar da escolha dos
novos diretores da empresa e apitará com mais frequência na carteira de
investimentos da Petrobras. Fernando Haddad, tradicionalmente considerado um
protegido de Lula, não foi ouvido na troca.
As ações de socorro ao
Rio Grande do Sul reforçaram o aval do presidente a uma concentração
de decisões no gabinete de Costa. Lula reclamou de ministros que anunciaram
medidas para o estado sem
consultar a Casa Civil. Paulo Pimenta ganhou
um ministério extraordinário, mas a palavra final das ações do governo sairá de
outro gabinete.
O chefe da Casa Civil ainda ampliou o alcance
de sua atuação política ao se tornar o interlocutor
único do presidente da Câmara, Arthur Lira, que rompeu com o ministro da
articulação política, Alexandre Padilha. Costa ainda se aproximou do antigo
adversário Elmar Nascimento, um dos preferidos de Lira para sua sucessão no
comando da Casa.
A transferência dessa autoridade é uma
escolha clara do presidente. "Tudo que vai para mim passa pelo Rui
primeiro", anunciou, ainda no ano passado. Costa, aliás, é um dos nomes
citados para uma futura sucessão de Lula. O petista, porém, voltou a interditar
essa discussão nesta semana ao dizer que ainda pretende "disputar
umas dez eleições".
2 comentários:
Se é assim,não devia ter tirado o ''chefe''da pasta.
Dilma ocupou o mesmo cargo de Costa e tinha os mesmos poderes que ele tem hoje... Era a superministra de Lula no segundo governo deste. Virou o poste que ele elegeu em 2010, mesmo sem ser petista histórica (foi pedetista por décadas antes de entrar no PT)!
Postar um comentário