Eliane Cantanhêde
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Com tantas coisas em comum, para o bem e para o mal, PT e PSDB têm agora a mesma avaliação: alavancada pelos 80% de Lula e pelo PAC, Dilma vai indo; com Aécio pela frente, Serra empaca. Parece espremido entre a desenvoltura de uma e a pressão do outro.
Petistas e seus aliados estão prestes a acender velas para Aécio, mas os tucanos ficam onde eles têm fama de ficar: em cima do muro. Mas, como há dois candidatos, parece haver também dois PSDBs.
Enquanto há um certo consenso fora do Congresso de que a vez é de Serra, que está disparado na frente, tem 66 anos e se preparou a vida inteira para ser presidente, entre senadores e deputados não é tão evidente assim. Exceto um caso ou outro, como Jutahy Jr. (Serra até debaixo d"água) ou Nárcio Rodrigues (aecista roxo), os parlamentares elogiam igualmente os dois pré-candidatos e parecem levar Aécio muito mais a sério do que o eleitorado, a imprensa e os que se interessam por política.
Lembra um pouco o descompasso em 2006, quando as pesquisas davam Serra na cabeça e a bancada federal, surpreendentemente, preferia Alckmin. Que levou. Ao que tudo indica, Aécio não tem força para ser candidato, mas tem para evitar que Serra seja presidente. De tanto engrossar o coro suprapartidário mineiro contra "os paulistas", pode inviabilizar o voto de Minas em Serra, mesmo subindo pro forma no palanque dele.
Prévias são naturais e consolidadas nos EUA, onde envolvem rituais, regras e compromissos morais. No Brasil, fora o PT, elas são sinônimo de racha. Quem perde pode fazer o que quiser -e quer atrapalhar. Dilma tende a ter o Norte, o Nordeste e boa parte do Rio; Serra é forte em São Paulo e no Sul; Aécio, por enquanto, está limitado a Minas.
Com o PSDB dividido, ou Serra perde Minas, ou Aécio perde São Paulo. Dilma fecha o jogo.
Aliás, a "gaúcha" Dilma nasceu em Minas. Na campanha, pode vir a ser mais mineira do que nunca.
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Com tantas coisas em comum, para o bem e para o mal, PT e PSDB têm agora a mesma avaliação: alavancada pelos 80% de Lula e pelo PAC, Dilma vai indo; com Aécio pela frente, Serra empaca. Parece espremido entre a desenvoltura de uma e a pressão do outro.
Petistas e seus aliados estão prestes a acender velas para Aécio, mas os tucanos ficam onde eles têm fama de ficar: em cima do muro. Mas, como há dois candidatos, parece haver também dois PSDBs.
Enquanto há um certo consenso fora do Congresso de que a vez é de Serra, que está disparado na frente, tem 66 anos e se preparou a vida inteira para ser presidente, entre senadores e deputados não é tão evidente assim. Exceto um caso ou outro, como Jutahy Jr. (Serra até debaixo d"água) ou Nárcio Rodrigues (aecista roxo), os parlamentares elogiam igualmente os dois pré-candidatos e parecem levar Aécio muito mais a sério do que o eleitorado, a imprensa e os que se interessam por política.
Lembra um pouco o descompasso em 2006, quando as pesquisas davam Serra na cabeça e a bancada federal, surpreendentemente, preferia Alckmin. Que levou. Ao que tudo indica, Aécio não tem força para ser candidato, mas tem para evitar que Serra seja presidente. De tanto engrossar o coro suprapartidário mineiro contra "os paulistas", pode inviabilizar o voto de Minas em Serra, mesmo subindo pro forma no palanque dele.
Prévias são naturais e consolidadas nos EUA, onde envolvem rituais, regras e compromissos morais. No Brasil, fora o PT, elas são sinônimo de racha. Quem perde pode fazer o que quiser -e quer atrapalhar. Dilma tende a ter o Norte, o Nordeste e boa parte do Rio; Serra é forte em São Paulo e no Sul; Aécio, por enquanto, está limitado a Minas.
Com o PSDB dividido, ou Serra perde Minas, ou Aécio perde São Paulo. Dilma fecha o jogo.
Aliás, a "gaúcha" Dilma nasceu em Minas. Na campanha, pode vir a ser mais mineira do que nunca.
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