Leandro Colon
Entrevista/Sérgio Guerra
DEU NO ESTADO DE MINAS
"Presidente nacional do PSDB afirma que alvo da oposição está definido e que prévia acontecerá"
Brasília – O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), avisa que na briga eleitoral de 2010 a arma da oposição vai mirar desde já a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), e não o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não vamos disputar com o Lula, mas com a Dilma. Vamos contrapor o que a candidata vai dizer com os nossos candidatos, que têm obra feita”, diz. “Ela não tem capacidade para governar o Brasil e fazer as mudanças de que o país precisa. Não tem raízes políticas”, ressalta. Em entrevista dada ontem ao Estado de Minas, Guerra confirma o acerto com os governadores Aécio Neves (Minas Gerais) e José Serra (São Paulo) para realizar prévias e escolher qual deles vai disputar a sucessão presidencial. O senador descarta a possibilidade de uma chapa puro-sangue, com os dois. “Não vejo viabilidade nas duas personalidades, nas conjunturas às quais estão vinculados. Acho improvável.”
Como foi o encontro com o governador Serra na segunda-feira?
Eu disse que tinha combinado com o Aécio que faríamos a regulamentação das prévias. E ele (Serra) disse “tudo bem, eu não sou contra as prévias”. Eu queria que um apoiasse o outro, porque teríamos desde logo alguém com a cara do PSDB em todo lugar. Mas se não houver apoio haverá prévias.
Acha possível um acordo entre os dois? Uma chapa pura, por exemplo?
Não acho, acho que não será assim. Uma chapa puro-sangue seria o céu, mas não acredito. Não vejo viabilidade nas duas personalidades, nas conjunturas às quais estão vinculados. Acho improvável.
O governador Aécio evita um discurso anti-Lula, prefere o pós-Lula. O senhor concorda?
Está certo, porque não vamos disputar com o Lula, mas com a Dilma. Vamos contrapor o que a candidata vai dizer com os nossos candidatos, que têm obra feita. São Paulo é uma máquina, o Serra é um grande governador. Aécio é consenso, pegou o estado de um jeito, deixou de outro, com habilidade.
E a campanha da ministra Dilma…
É uma vergonha. Ela não faz campanha pelo partido, mas por dentro do governo. Até porque não teria como aparecer sozinha. Ninguém sabe quem é ela. Num comício em Pernambuco, as pessoas diziam “dona Nilma”. Ela não tem capacidade para governar o Brasil e fazer as mudanças de que o país precisa. Não tem raízes políticas. De onde é? Aécio é mineiro, encarna uma enorme tradição e um conteúdo mineiro. Serra tem uma história, uma vida, um conteúdo em São Paulo. E as raízes da ministra? O que ela já fez desde lá trás? A mãe do PAC? Isso é marketing. E precisamos de gente democrática. Ela não me parece muito democrática. É centralizadora, autoritária.
Na semana passada, a ministra falou aos prefeitos que o Brasil teria quebrado na crise financeira se fosse no governo anterior...
Essa frase é de uma incompetência técnica exuberante. A ministra está falando muita bobagem. É uma pessoa séria, nada contra. Agora, está sendo produzida. É um produto para disputar a presidência.
O presidente Lula tem registrado uma popularidade de 85%. Onde a oposição errou?
A oposição não teve a competência técnica para enfrentar uma situação concreta. O presidente Lula faz comunicação eleitoral o tempo todo. Nós não fazemos essa arte. Respeitamos as instituições.
Qual o discurso para vencer a eleição e derrotar Dilma?
O discurso da oposição tem que ser reciclado, ter foco. Temos muitas falhas e precisamos resolver. Não adianta fazer oposição espalhada. É preciso ter foco.
E como chegar a esse foco?
Vamos acompanhar centros de problemas do governo federal. Um deles é o PAC. Dizer que o PAC não está cumprindo suas metas é verdade, mas não o suficiente. Dizer que o PAC não está organizado é mais do que verdade. Agora, o que vamos dizer é se tal licitação se deu e por quê. Vamos acompanhar para a população ter ciência do que está acontecendo.
O Bolsa-Família tem sido um dos carros-chefes do governo Lula. Como o PSDB vai tratar o assunto?
O programa é bom? É, e temos que sustentá-lo, mas melhorá-lo com a ideia da contrapartida. O dinheiro vem não para a pessoa depender dele, mas para dar condição para as pessoas se emanciparem..
Entrevista/Sérgio Guerra
DEU NO ESTADO DE MINAS
"Presidente nacional do PSDB afirma que alvo da oposição está definido e que prévia acontecerá"
Brasília – O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), avisa que na briga eleitoral de 2010 a arma da oposição vai mirar desde já a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), e não o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não vamos disputar com o Lula, mas com a Dilma. Vamos contrapor o que a candidata vai dizer com os nossos candidatos, que têm obra feita”, diz. “Ela não tem capacidade para governar o Brasil e fazer as mudanças de que o país precisa. Não tem raízes políticas”, ressalta. Em entrevista dada ontem ao Estado de Minas, Guerra confirma o acerto com os governadores Aécio Neves (Minas Gerais) e José Serra (São Paulo) para realizar prévias e escolher qual deles vai disputar a sucessão presidencial. O senador descarta a possibilidade de uma chapa puro-sangue, com os dois. “Não vejo viabilidade nas duas personalidades, nas conjunturas às quais estão vinculados. Acho improvável.”
Como foi o encontro com o governador Serra na segunda-feira?
Eu disse que tinha combinado com o Aécio que faríamos a regulamentação das prévias. E ele (Serra) disse “tudo bem, eu não sou contra as prévias”. Eu queria que um apoiasse o outro, porque teríamos desde logo alguém com a cara do PSDB em todo lugar. Mas se não houver apoio haverá prévias.
Acha possível um acordo entre os dois? Uma chapa pura, por exemplo?
Não acho, acho que não será assim. Uma chapa puro-sangue seria o céu, mas não acredito. Não vejo viabilidade nas duas personalidades, nas conjunturas às quais estão vinculados. Acho improvável.
O governador Aécio evita um discurso anti-Lula, prefere o pós-Lula. O senhor concorda?
Está certo, porque não vamos disputar com o Lula, mas com a Dilma. Vamos contrapor o que a candidata vai dizer com os nossos candidatos, que têm obra feita. São Paulo é uma máquina, o Serra é um grande governador. Aécio é consenso, pegou o estado de um jeito, deixou de outro, com habilidade.
E a campanha da ministra Dilma…
É uma vergonha. Ela não faz campanha pelo partido, mas por dentro do governo. Até porque não teria como aparecer sozinha. Ninguém sabe quem é ela. Num comício em Pernambuco, as pessoas diziam “dona Nilma”. Ela não tem capacidade para governar o Brasil e fazer as mudanças de que o país precisa. Não tem raízes políticas. De onde é? Aécio é mineiro, encarna uma enorme tradição e um conteúdo mineiro. Serra tem uma história, uma vida, um conteúdo em São Paulo. E as raízes da ministra? O que ela já fez desde lá trás? A mãe do PAC? Isso é marketing. E precisamos de gente democrática. Ela não me parece muito democrática. É centralizadora, autoritária.
Na semana passada, a ministra falou aos prefeitos que o Brasil teria quebrado na crise financeira se fosse no governo anterior...
Essa frase é de uma incompetência técnica exuberante. A ministra está falando muita bobagem. É uma pessoa séria, nada contra. Agora, está sendo produzida. É um produto para disputar a presidência.
O presidente Lula tem registrado uma popularidade de 85%. Onde a oposição errou?
A oposição não teve a competência técnica para enfrentar uma situação concreta. O presidente Lula faz comunicação eleitoral o tempo todo. Nós não fazemos essa arte. Respeitamos as instituições.
Qual o discurso para vencer a eleição e derrotar Dilma?
O discurso da oposição tem que ser reciclado, ter foco. Temos muitas falhas e precisamos resolver. Não adianta fazer oposição espalhada. É preciso ter foco.
E como chegar a esse foco?
Vamos acompanhar centros de problemas do governo federal. Um deles é o PAC. Dizer que o PAC não está cumprindo suas metas é verdade, mas não o suficiente. Dizer que o PAC não está organizado é mais do que verdade. Agora, o que vamos dizer é se tal licitação se deu e por quê. Vamos acompanhar para a população ter ciência do que está acontecendo.
O Bolsa-Família tem sido um dos carros-chefes do governo Lula. Como o PSDB vai tratar o assunto?
O programa é bom? É, e temos que sustentá-lo, mas melhorá-lo com a ideia da contrapartida. O dinheiro vem não para a pessoa depender dele, mas para dar condição para as pessoas se emanciparem..
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