Fabiana Cimieri, RIO
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Cessão ocorreu quando presidente era deputado; para ele, não é ?crime? levar mulher a Brasília com verba pública
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem que, quando era deputado, usou a cota de passagens da Câmara para levar sindicalistas a Brasília. Ele disse não achar correto o uso dos bilhetes para turismo na Europa, mas frisou não considerar crime nenhum usá-las para levar a mulher ou sindicalistas para a capital federal.
"Não acho um crime um deputado dar uma passagem para um dirigente sindical ir a Brasília. Quando eu era deputado, muitas vezes convoquei dirigentes da CUT e outras centrais para se reunir com passagens do meu gabinete. Graças a Deus, nunca levei nenhum filho meu para a Europa. Mas um deputado levar a mulher para Brasília, qual é o crime?", questionou Lula, depois de participar da inauguração de um hospital de reabilitação da Rede Sarah, no Rio.
Para o presidente, a imprensa dá muita importância a um assunto que é banal. "Falam como se fosse um novidade uma coisa que é mais velha do que a história do Brasil", criticou. "Esse assunto está há um mês na imprensa e temos coisas mais importantes para discutir."
Conforme reportagem do Estado, em jantar na quarta-feira à noite com os presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Lula já havia se comprometido a fazer declarações em defesa do Congresso.
"Ainda vou criar o Dia da Hipocrisia", discursou o presidente. "Guardar a passagem para ir à França é delicadíssimo, mas levar a mulher ou um sindicalista para Brasília, não vejo onde está o crime. Se esse fosse o mal do Brasil, o Brasil não tinha mal."
Lula concluiu o discurso agradecendo ao Congresso pelas contribuições no debate político e dizendo que "de vez em quando a imprensa tenta vender uma briga entre a Presidência e Congresso".
O presidente foi bastante aplaudido pela plateia, que incluía as atrizes Fernanda Montenegro e Eva Wilma.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que admitiu recentemente ter dado passagens para uma filhas viajar para o Havaí, ouviu em silêncio. "Acho que o escândalo das passagens pode refletir no crescimento do voto nulo e numa vontade de renovação do Congresso", afirmou o parlamentar, antes do início da solenidade. Gabeira admitiu que o episódio pode prejudicar sua possível candidatura ao governo do Rio em 2010.
HIPOCRISIA
Lula classificou de "hipocrisia" o fato de salários de R$ 8 mil ou R$ 10 mil pagos a servidores serem taxados de altos pela imprensa, enquanto a iniciativa privada paga muito mais. Sem citar o nome de Rodolfo Landim, ex-presidente da BR Distribuidora, Lula mencionou que a Petrobrás era criticada por pagar salário de R$ 26 mil.
Landim deixou a estatal e passou a trabalhar para empresas privadas, onde, segundo o presidente, teria multiplicado seus ganhos. "Agora sim ele é marajá", brincou Lula.
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Cessão ocorreu quando presidente era deputado; para ele, não é ?crime? levar mulher a Brasília com verba pública
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem que, quando era deputado, usou a cota de passagens da Câmara para levar sindicalistas a Brasília. Ele disse não achar correto o uso dos bilhetes para turismo na Europa, mas frisou não considerar crime nenhum usá-las para levar a mulher ou sindicalistas para a capital federal.
"Não acho um crime um deputado dar uma passagem para um dirigente sindical ir a Brasília. Quando eu era deputado, muitas vezes convoquei dirigentes da CUT e outras centrais para se reunir com passagens do meu gabinete. Graças a Deus, nunca levei nenhum filho meu para a Europa. Mas um deputado levar a mulher para Brasília, qual é o crime?", questionou Lula, depois de participar da inauguração de um hospital de reabilitação da Rede Sarah, no Rio.
Para o presidente, a imprensa dá muita importância a um assunto que é banal. "Falam como se fosse um novidade uma coisa que é mais velha do que a história do Brasil", criticou. "Esse assunto está há um mês na imprensa e temos coisas mais importantes para discutir."
Conforme reportagem do Estado, em jantar na quarta-feira à noite com os presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Lula já havia se comprometido a fazer declarações em defesa do Congresso.
"Ainda vou criar o Dia da Hipocrisia", discursou o presidente. "Guardar a passagem para ir à França é delicadíssimo, mas levar a mulher ou um sindicalista para Brasília, não vejo onde está o crime. Se esse fosse o mal do Brasil, o Brasil não tinha mal."
Lula concluiu o discurso agradecendo ao Congresso pelas contribuições no debate político e dizendo que "de vez em quando a imprensa tenta vender uma briga entre a Presidência e Congresso".
O presidente foi bastante aplaudido pela plateia, que incluía as atrizes Fernanda Montenegro e Eva Wilma.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que admitiu recentemente ter dado passagens para uma filhas viajar para o Havaí, ouviu em silêncio. "Acho que o escândalo das passagens pode refletir no crescimento do voto nulo e numa vontade de renovação do Congresso", afirmou o parlamentar, antes do início da solenidade. Gabeira admitiu que o episódio pode prejudicar sua possível candidatura ao governo do Rio em 2010.
HIPOCRISIA
Lula classificou de "hipocrisia" o fato de salários de R$ 8 mil ou R$ 10 mil pagos a servidores serem taxados de altos pela imprensa, enquanto a iniciativa privada paga muito mais. Sem citar o nome de Rodolfo Landim, ex-presidente da BR Distribuidora, Lula mencionou que a Petrobrás era criticada por pagar salário de R$ 26 mil.
Landim deixou a estatal e passou a trabalhar para empresas privadas, onde, segundo o presidente, teria multiplicado seus ganhos. "Agora sim ele é marajá", brincou Lula.
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