Da Reportagem Local
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Apesar do desemprego em alta e da crise econômica, os festejos do Dia do Trabalho foram marcados no país pela escassez de críticas ao governo federal. Os discursos foram amenos, e as reivindicações, genéricas. As centrais sindicais celebraram a data com shows e sorteios. No maior evento, a Força Sindical reuniu 1,5 milhão em SP, de acordo com a PM. Convidado da Força, o delegado federal afastado Protógenes Queiroz disse que, a exemplo do presidente Lula no passado, é vítima de “perseguição” por “forças internas e externas”.
Festa do 1º de Maio poupa críticas ao governo Lula
Com discursos amenos, centrais apoiam medidas do Planalto no combate à crise
Segundo a PM, evento da Força reuniu 1,5 milhão de pessoas na zona norte de SP, UGT levou 200 mil ao centro, e CUT, 100 mil à zona sul
Com o desemprego em alta e um cenário de crise econômica, as centrais sindicais pouparam as críticas ao governo federal nas comemorações do Dia do Trabalho. A data foi marcada por protestos no mundo inteiro. No Brasil, foi comemorada com shows e sorteio de carros.
Nos eventos da Força Sindical, da CUT e da UGT (que unificou a comemoração deste ano com a CTB e a Nova Central), os discursos foram amenos e as reivindicações, genéricas.
"Aprendemos, ao longo da vida, que não se bate naquele com quem se está negociando, senão fechamos as portas", disse Paulo Pereira da Silva, presidente da Força, na festa na praça Campo de Bagatelle (zona norte de São Paulo). Pelo local, passou 1,5 milhão de pessoas, segundo a Polícia Militar.
No palco da Força, os sindicalistas pediram nova prorrogação da redução do IPI para carros e incentivos fiscais para setores afetados pela crise -como os de carnes e máquinas.
"Estamos criticando os juros e a lentidão do governo em tomar ações no que se refere a determinadas cadeias produtivas que demitiram", afirmou Paulinho. Mas o sindicalista também reconheceu acertos no governo Lula para enfrentar a crise. " Fizemos pressão para garantia de emprego quando houvesse redução de impostos para as empresas, e isso ele fez."
Críticas mais duras foram dirigidas às empresas que demitiram. E foram feitas pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi. "Não adianta algumas empresas tentarem se aproveitar da crise para ganhar dinheiro. Falo da demissão no setor automobilístico, e acho que a Embraer se precipitou [nas demissões], pois agora já está vendendo mais aviões."
A ministra da Casa Civil, Dilma Rouseff, não compareceu à festa da Força, como havia sido anunciado, porque acompanhou evento do pré-sal no Rio. Uma carta escrita por ela foi lida durante o evento em SP.
Na festa da CUT na Cidade Dutra (zona sul), por onde passaram 100 mil pessoas, segundo a PM. Sebastião Cardozo, presidente estadual da central, afirmou que "as medidas do governo estão indo no sentido correto" e "têm atendido uma série de reivindicações dos trabalhadores".
Segundo ele, a central não abrirá mão de pleitos como redução da jornada e aumentos reais. Nem deixará de criticar lentidão na reforma agrária e no corte dos juros. "Saímos de uma agenda negativa para os trabalhadores, que vinha antes do governo Lula, para outra positiva, de geração de vagas e valorização do salário mínimo", disse Cardozo.
Crédito
Na festa da UGT, que reuniu 200 mil pessoas na avenida São João, segundo a PM, as principais reivindicações foram o aumento do crédito às pequenas empresas, cortes de juros e redução do "spread" [diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada de clientes].
"Concordamos com a política de redução de IPI para preservar o emprego. Mas esse estímulo beneficia a indústria. Representamos os trabalhadores do comércio e dos serviços. Para eles, é o crédito que faz diferença", disse Ricardo Patah, presidente da UGT.
Nos 26 minutos de ato político, os discursos foram amenos. Somente um dirigente criticou duramente empresas que demitem. Wagner Gomes, presidente da CTB, afirmou que as reivindicações são feitas diariamente pelas centrais ao governo e que o objetivo da festa era homenagear o trabalhador.
"O 1º de Maio perdeu o seu caráter de luta, de reflexão sobre as condições de trabalho e se transformou em um exercício midiático, com sorteios de carros", disse Ricardo Antunes, da Unicamp. Para Wilson Amorim, professor da FIA (Fundação Instituto de Administração), "as centrais estão cumprindo o papel delas e optaram, para comemorar o 1º de Maio, pela dobradinha entretenimento e discursos políticos".
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Apesar do desemprego em alta e da crise econômica, os festejos do Dia do Trabalho foram marcados no país pela escassez de críticas ao governo federal. Os discursos foram amenos, e as reivindicações, genéricas. As centrais sindicais celebraram a data com shows e sorteios. No maior evento, a Força Sindical reuniu 1,5 milhão em SP, de acordo com a PM. Convidado da Força, o delegado federal afastado Protógenes Queiroz disse que, a exemplo do presidente Lula no passado, é vítima de “perseguição” por “forças internas e externas”.
Festa do 1º de Maio poupa críticas ao governo Lula
Com discursos amenos, centrais apoiam medidas do Planalto no combate à crise
Segundo a PM, evento da Força reuniu 1,5 milhão de pessoas na zona norte de SP, UGT levou 200 mil ao centro, e CUT, 100 mil à zona sul
Com o desemprego em alta e um cenário de crise econômica, as centrais sindicais pouparam as críticas ao governo federal nas comemorações do Dia do Trabalho. A data foi marcada por protestos no mundo inteiro. No Brasil, foi comemorada com shows e sorteio de carros.
Nos eventos da Força Sindical, da CUT e da UGT (que unificou a comemoração deste ano com a CTB e a Nova Central), os discursos foram amenos e as reivindicações, genéricas.
"Aprendemos, ao longo da vida, que não se bate naquele com quem se está negociando, senão fechamos as portas", disse Paulo Pereira da Silva, presidente da Força, na festa na praça Campo de Bagatelle (zona norte de São Paulo). Pelo local, passou 1,5 milhão de pessoas, segundo a Polícia Militar.
No palco da Força, os sindicalistas pediram nova prorrogação da redução do IPI para carros e incentivos fiscais para setores afetados pela crise -como os de carnes e máquinas.
"Estamos criticando os juros e a lentidão do governo em tomar ações no que se refere a determinadas cadeias produtivas que demitiram", afirmou Paulinho. Mas o sindicalista também reconheceu acertos no governo Lula para enfrentar a crise. " Fizemos pressão para garantia de emprego quando houvesse redução de impostos para as empresas, e isso ele fez."
Críticas mais duras foram dirigidas às empresas que demitiram. E foram feitas pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi. "Não adianta algumas empresas tentarem se aproveitar da crise para ganhar dinheiro. Falo da demissão no setor automobilístico, e acho que a Embraer se precipitou [nas demissões], pois agora já está vendendo mais aviões."
A ministra da Casa Civil, Dilma Rouseff, não compareceu à festa da Força, como havia sido anunciado, porque acompanhou evento do pré-sal no Rio. Uma carta escrita por ela foi lida durante o evento em SP.
Na festa da CUT na Cidade Dutra (zona sul), por onde passaram 100 mil pessoas, segundo a PM. Sebastião Cardozo, presidente estadual da central, afirmou que "as medidas do governo estão indo no sentido correto" e "têm atendido uma série de reivindicações dos trabalhadores".
Segundo ele, a central não abrirá mão de pleitos como redução da jornada e aumentos reais. Nem deixará de criticar lentidão na reforma agrária e no corte dos juros. "Saímos de uma agenda negativa para os trabalhadores, que vinha antes do governo Lula, para outra positiva, de geração de vagas e valorização do salário mínimo", disse Cardozo.
Crédito
Na festa da UGT, que reuniu 200 mil pessoas na avenida São João, segundo a PM, as principais reivindicações foram o aumento do crédito às pequenas empresas, cortes de juros e redução do "spread" [diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada de clientes].
"Concordamos com a política de redução de IPI para preservar o emprego. Mas esse estímulo beneficia a indústria. Representamos os trabalhadores do comércio e dos serviços. Para eles, é o crédito que faz diferença", disse Ricardo Patah, presidente da UGT.
Nos 26 minutos de ato político, os discursos foram amenos. Somente um dirigente criticou duramente empresas que demitem. Wagner Gomes, presidente da CTB, afirmou que as reivindicações são feitas diariamente pelas centrais ao governo e que o objetivo da festa era homenagear o trabalhador.
"O 1º de Maio perdeu o seu caráter de luta, de reflexão sobre as condições de trabalho e se transformou em um exercício midiático, com sorteios de carros", disse Ricardo Antunes, da Unicamp. Para Wilson Amorim, professor da FIA (Fundação Instituto de Administração), "as centrais estão cumprindo o papel delas e optaram, para comemorar o 1º de Maio, pela dobradinha entretenimento e discursos políticos".
(Denyse Godoy, Verena Fornetti, Julio Wiziack E Fatima Fernandes)
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