O governador de São Paulo, José Serra, manifestou, durante jantar que invadiu a madrugada de ontem, preocupação com a falta de organização do PSDB para as eleições. Apontando a comunicação como "uma vulnerabilidade", Serra condenou a antecipação de nomes. Mas ressaltou:
"Não significa que não tenhamos que nos preparar como partido. Isso é uma coisa essencial, que me preocupa: organização, comunicação, que continua a ser o ponto fraco do PSDB", recomendou Serra, em resposta à pressão para que precipite a campanha.
Líder nas pesquisas para a Presidência, Serra deixa claro que sua candidatura -hoje a única do PSDB com chance de vitória- depende de condições dadas pelo partido. O apoio do governador de Minas, Aécio Neves, diz, é fundamental.
Num discurso endereçado aos tucanos, ele repetiu o que tem dito ao comando do partido: em vez de exigir o lançamento de sua candidatura, o PSDB deve fazer sua parte, defendendo o governo de São Paulo e se organizando nos Estados. "Como chegar às pessoas, como mobilizar. Temos toda uma tarefa para este ano."
Serra apontou a montagem de palanques como cruciais.
No jantar em comemoração dos 21 anos do PSDB, ele recorreu a Lênin para receitar "paciência e ironia" ao PSDB. "Sabe quais são as virtudes de um bom bolchevique? Paciência e ironia", citou. "Temos que ter muita paciência e ironia neste ano", concluiu.
Serra propôs que o partido esteja informado "sobre os problemas de cada Estado, o que dizer, o que oferecer". "O Brasil, no ano que vem, vai ter que cair na real a respeito da situação do país e daquilo que tem de ser feito", disse.
O governador fez careta ao ser lançado candidato pelo presidente da Assembleia de São Paulo, Barros Munhoz. "É cedo para isso. O PSDB tem excelentes opções. Temos que ficar abertos a elas", desconversou.
Além de ameaçar o partido, Serra tenta, com isso, se aproximar de Aécio, com quem viaja sexta para o Paraná.
O governador mineiro afirmou ontem que o PSDB deve levar em conta ao escolher seu candidato "não apenas aquele que tem maior indicador nas pesquisas, mas aquele que mais agrega".
Colaborou a Agência Folha, em Belo Horizonte
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