quinta-feira, 13 de maio de 2010

Espanha: socialista corta pensão e salários

DEU EM O GLOBO

O socialista José Luiz Zapatero anunciou um duro pacote para reduzir em 15 bilhões de euro, os gastos do governo espanhol, como forma de enfrentar a crise e reduzir o déficit público. Em ter as medidas, estão corte de 5% nos salários do funcionalismo público e congelamento de aposentadorias.

Tesourada socialista

Governo de Zapatero corta salários e congela aposentadorias para poupar 15 bi e baixar déficit

Pressionado pelos indicadores econômicos e pelos sócios europeus, o presidente do Governo espanhol, o socialista José Luis Rodríguez Zapatero, viveu, ontem, provavelmente o dia mais difícil do seu mandato.

Para acelerar o processo de consolidação fiscal, anunciou impopulares cortes sociais, como redução de 5% nos salários do funcionalismo público e congelamento das aposentadorias, a fim de reduzir os gastos do governo em 15 bilhões.

A oposição pediu antecipação das eleições, e os sindicatos conclamaram a sociedade a se manifestar. Por outro lado, o Fundo Monetário Internacional (FMI), que só dará seu parecer oficial no dia 18, adiantou que a atitude de Zapatero "é o melhor caminho para reforçar a confiança dos mercados". A Comissão Europeia disse também que Espanha "parece ir em boa direção".

— Assumo essa responsabilidade. A situação é difícil e seria insensato ocultá-la. É agora que necessitamos de um esforço coletivo para manter os investidores e a imagem de estabilidade. Não é fácil me dirigir assim aos cidadãos — disse Zapatero.

O dever de casa da Espanha é, seguindo as exigências de Bruxelas, reduzir seu déficit público (previsto para 9,4% este ano) a 3% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) até 2013, como reza o Pacto de Estabilidade da União Europeia.

O PIB espanhol cresceu 0,1% no primeiro trimestre graças ao consumo, informou ontem pelo Instituto Nacional de Estatísticas. Já a Eurostat informou ontem a que a economia da zona do euro avançou 0,2% no primeiro trimestre frente ao quarto trimestre do ano passado e avançou 0,5% sobre igual período de 2009, em linha com a previsão de analistas.

Para atingir seu objetivo, o governo vai cortar o salário de todos os seus servidores em 5% este ano e congelá-lo em 2011. A remuneração dos membros do governo será reduzida em 15%. O Executivo espera que Congresso, Senado, os parlamentos regionais e o Poder Judiciário façam o mesmo.

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