Yvna Sousa
BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff aproveitou, ontem, uma cerimônia no Palácio do Planalto sobre obras de saneamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) para fazer elogios à atuação do Congresso Nacional e para afagar a oposição.
Dilma afirmou que "o Brasil está na vanguarda" das relações republicanas entre os três Poderes e que situação e oposição têm a capacidade de agir de acordo com o interesse da nação.
A presidente fez uma comparação com a discussão no Congresso americano do aumento do teto da dívida dos Estados Unidos, em julho. Ela avaliou que naquele momento foi criada uma "briga política sem fim" motivada "menos por conta de alguma falha dos democratas e mais por uma visão de oposição muito destrutiva dos republicanos".
O elogio da presidente ao comportamento do Congresso aconteceu um dia após a aprovação no Senado, em segundo turno, da prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU). O mecanismo, que valerá até 2015, permite ao governo gastar livremente 20% dos tributos arrecadados.
Não foi a primeira vez que Dilma elogiou os parlamentares. Em outros momentos, além de afagar a oposição, ela também agradeceu a aprovação de projetos de interesse do governo. A última vez em que isso ocorreu foi na sexta-feira, durante evento do Brasil Sem Miséria. Na ocasião, Dilma afirmou que o Congresso tinha "sensibilidade e maturidade". "Nós temos a capacidade de brigar quando devemos e de fazer acordo também quando devemos", apontou.
Naquele momento, o governo já havia conseguido a aprovação da DRU em primeiro turno, mas trabalhava para assegurar maioria, evitando surpresas na votação seguinte. O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), ironizou a atitude da presidente. "Seria estranho se a presidente atacasse a oposição, tão pequena, tão limitada numericamente. O governo consegue tudo o que quer. A maioria esmagadora do governo brutaliza a oposição quando quer", declarou.
FONTE: VALOR ECONÔMICO
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