segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Tudo embolado na disputa em Curitiba

Ducci tenta a reeleição e conta com o apoio do governador Beto Richa, mas Gustavo Fruet e Ratinho Junior aparecem como adversários de peso

Adriana Caitano

Em um cenário em que não há favoritos e nenhum dos candidatos tem a certeza de que irá para o segundo turno, a campanha pela prefeitura de Curitiba (PR) promete ganhar fôlego a partir de amanhã, quando entra no ar a propaganda eleitoral na tevê e no rádio. As últimas pesquisas de intenção de voto apontam que os curitibanos estão indecisos e, apesar de conhecerem bem os principais candidatos, ainda não foram totalmente conquistados por nenhum.

Apesar do empate técnico entre três candidatos ao cargo, há uma certa desvantagem para o atual prefeito, Luciano Ducci (PSB). Por tentar a reeleição e ter a seu lado tanto a máquina municipal como a estadual, com o apoio do governador Beto Richa (PSDB), esperava-se que o socialista disparasse na liderança. Mas mesmo um pouco à frente do ex-deputado federal Gustavo Fruet (PDT) e do deputado federal Ratinho Junior (PSC), Ducci encara também um alto índice de rejeição dos eleitores.

Em desfavor do prefeito pesa ainda um recente escândalo envolvendo um aliado, o vereador João Cláudio Derosso, ex-presidente da Câmara Municipal de Curitiba. Acusado de envolvimento em irregularidades na Casa, ele renunciou à presidência e se desfiliou do PSDB. O caso é utilizado pelos adversários, mas Ducci garante que a história não afeta sua candidatura. "A Câmara é o Poder Legislativo da cidade, cabia à Justiça tomar providências, não ao prefeito, as pessoas estão tentando confundir as coisas, mas a população sabe separar isso bem", argumenta.

Mensalão

A carta na manga de Ducci para sair do empate técnico deve ser apontar as contradições dos concorrentes, com destaque para Fruet. "É a população que vai decidir o que é importante, quem tem coerência, quem mudou de lado, pois uma coisa é mudar de partido, outra é buscar apoio de quem já se combateu", ressalta. Ex-tucano com forte oposição ao governo Lula, Fruet integrou a CPI dos Correios, que apurou o esquema do mensalão, e, após divergências com o PSDB, migrou para o PDT e tem uma petista como vice em sua chapa.

Em sua defesa, Gustavo Fruet destaca que os cenários nacional e municipal se distanciam. "A eleição aqui não é ideológica, cada um é dono de sua história e eu não mudei", comenta. O pedetista rebate as críticas também apontando erros na gestão atual, como a perda da qualidade nas áreas de saúde, segurança e transporte. "Curitiba já foi referência em mobilidade urbana, mas essa área está em queda e ainda há poucos investimentos em educação", cita.

O cientista político e sociólogo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Ricardo Costa de Oliveira confirma que todos os principais candidatos ainda têm espaço para ascensão ou queda. "Todas as campanhas têm seus esqueletos no armário, por isso o que vai pesar é o perfil do candidato, o tempo na TV e as máquinas de apoio", comenta.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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