Por Bruno Villas Bôas | Valor Econômico
RIO - (Atualizada às 9h50) A taxa de desemprego do país ficou em 12,7% no primeiro trimestre de 2019, mostram dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa ficou 1,1 ponto percentual acima da registrada no quarto trimestre de 2018, quando o desemprego estava em 11,6% da força de trabalho. Frente a um ano antes, porém, a taxa de desemprego está 0,4 ponto percentual menor - na ocasião, estava em 13,1%.
O resultado apurado para os três primeiros meses de 2019 ficou ligeiramente abaixo da média das previsões de 25 consultorias e instituições financeiras consultados pelo Valor Data, que apontava para uma taxa de 12,8% no primeiro trimestre deste ano. O intervalo das projeções ia de 12,5% a 13%.
A população desempregada — pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego sem encontrar — somou 13,387 milhões no primeiro trimestre de 2019. Isso significa um aumento de 10,2% frente ao fim do ano passado, ou 1,235 milhão a mais de desempregados. Em relação ao primeiro trimestre de 2018, o contingente recuou 1,8%.
Ao mesmo tempo, nos três meses até março, 91,863 milhões de trabalhadores estavam ocupados — como empregados, empregadores, servidores públicos, 0,9% a menos do que nos três meses finais do ano passado. Frente ao mesmo período de 2018, era 1,8% maior, ou 1,591 milhão a mais.
O começo de ano costuma ser marcado por dispensas de temporários contratados no fim do ano anterior. O movimento também foi notado nos trimestres móveis encerrados em janeiro e fevereiro deste ano. A lenta recuperação da economia também pesa.
Subutilizados
O país tinha 28,324 milhões de trabalhadores subutilizados entre janeiro e março, 5,6% acima do quarto trimestre de 2018. Isso corresponde a 1,496 milhão de pessoas a mais nessa condição.
A subutilização — frequentemente chamada de mão de obra “desperdiçada” do país — inclui três grupos de trabalhadores: os desempregados; os subocupados (pessoas empregadas, mas que gostariam e poderiam trabalhar mais); e a força de trabalho potencial (pessoas que não buscam emprego, mas estão disponíveis para trabalhar).
A taxa de subutilização estava em 25% da força de trabalho ampliada - que soma a força de trabalho com a força de trabalho potencial - no primeiro trimestre, recorde na série histórica da pesquisa do IBGE.
Já o desalento — medida que integra o conjunto de subutilizados — chegou a 4,843 milhões de pessoas no primeiro trimestre, 180 mil pessoas a mais na comparação ao trimestre móvel anterior. Quando comparado ao mesmo período de 2018, o desalento cresceu 5,6%.
Renda
Com ajuda do reajuste do salário mínimo, o rendimento médio real dos trabalhadores, considerando o valor recebido em todos os trabalhos, cresceu 0,7% em relação ao quarto trimestre de 2018, somando R$ 2.291 nos três primeiros meses deste ano.
Quando comparado ao mesmo período de 2018, a renda teve alta de 1,4%.
A massa de rendimentos habitualmente recebidos pelas pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) somou R$ 205,289 bilhões no primeiro trimestre, queda real de 0,3% frente aos três meses antecedentes e avanço de 3,3% perante igual intervalo de 2018 já descontando a inflação do período.
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