terça-feira, 26 de julho de 2022

Eliane Cantanhêde - Toma lá, dá cá reeleitoral

O Estado de S. Paulo

Candidato Bolsonaro dá R$ 41,2 bi para bolsões do eleitorado e tira R$ 6,7 bi de todo o País

O presidente Jair Bolsonaro e o Congresso, unindo do Centrão ao PT, ampliaram para a Nação a velha regra do “toma lá, dá cá”. Com uma das mãos, dão R$ 41,2 bilhões para aumentar o Auxílio Brasil, dobrar o valegás e dar voucher para taxistas e caminhoneiros. Com a outra, tomam R$ 6,74 bilhões do Orçamento, principalmente da Saúde e da Educação de todos!

A PEC Kamikaze, ou da reeleição, é compra de votos direta de setores relevantes, já o corte faz um mal enorme ao País, mas é quase uma abstração e não dói imediatamente na pele do eleitor e da eleitora.

Em 2018, o que movia o País e o eleitorado eram a Lava Jato, a corrupção, a “velha política”. O discurso de Bolsonaro coube como uma luva e milhões de pessoas não se deram ao trabalho de analisar o passado, as manifestações, o que havia de real no discurso e no candidato.

Em 2022, com o trauma da covid, 33 milhões de brasileiros com fome, mais de dez milhões sem emprego e a combinação de queda de renda com uma inflação galopante, o mote é economia, emprego, renda, preço e comida. E é por isso que Bolsonaro corre desesperadamente para ter algo a mostrar. Implode a responsabilidade fiscal, o teto de gastos, a lei eleitoral? Danem-se eles!

Ciro Gomes, que concorre pela quarta vez à Presidência e não chega a dois dígitos nas pesquisas,

está certo numa coisa: só ele tem um programa de governo que, goste-se ou não, existe e foi publicado. Sem programa, Bolsonaro e Lula vão disputar em duas searas: na economia e na lama.

Na economia, Lula tem o que mostrar, depois da herança bendita de Fernando Henrique Cardoso, da onda internacional favorável e de entregar para Dilma Rousseff um país com 7,5% de crescimento em 2010, o Nordeste bombando, os pobres indo às universidades e viajando de avião e felicidade no ar. Bolsonaro vai suar para competir só com PEC da reeleição e queda no preço da gasolina.

Na seara da lama, Lula vai patinar com mensalão, petrolão, prisão e a cristalização, injusta ou não, de um “PT ladrão”. E vai tentar devolver com orçamento secreto, Codevasf, rachadinhas, vacinas, pastores no

MEC, interferência política em PF, Receita e Coaf e um desmanche inédito de Educação, Ambiente, Cultura, política externa... Exemplos borbulhantes.

Bolsonaro insistiu na convenção de domingo na balela das “dores do comunismo” e sua mulher, Michelle, disse que ele foi eleito por Deus para “a libertação da nossa Nação”, mas isso é coisa para convertidos. A maioria do eleitorado quer saúde, comida no prato, filhos na escola, transporte público, paz e felicidade. É o que decidirá se haverá, ou não, segundo turno. •

 

8 comentários:

Anônimo disse...

Se houvesse um jornalismo profissional seria dado destaque a excepcional convenção que homologou a candidatura do Presidente, uma festa democrática maravilhosa feita pelo povo que não precisou ser pago como é feito no PT pra juntar a plateia a convenção do PT lançou Lula sem ele , uma coisa apagada
Nada de ser comentado por vocês jornalistas
Outra coisa que ninguém fala Eliane é porque o TSE deixou apagar os rastros do Hacker que esteve oito meses dentro dos programas do TSE em 2018 , as provas do que ele fez , inclusive poder ter interferido nos resultados da eleição no primeiro turno , foram apagadas isso é um escândalo nacional
Fala-se a exaustão que nunca provou fraude nas eleições, porém uma prova consistente como essa foi deliberadamente apagada , como confiar nesse tribunal, nessas eleições?
E por fim essa resistência às sugestões das forças armadas para melhorar o processo de apuração, vai cada vez aumentando a suspeita da população, tem algo muito errado aí

Anônimo disse...

Ah sim, não devemos nos esquecer o presidente sadico faz doações e de Viagra devido o Exército ter só brochas

Anônimo disse...

Broxados

Anônimo disse...

Brochados

Anônimo disse...

Só escolher

Anônimo disse...

Bolsonaro elegeu-se em 2018 se apresentando como a NOVA POLÍTICA e contra o Centrão! Um fascista com 7 mandatos como deputado do baixo clero, que enriqueceu com as rachadinhas familiares e sempre fez parte dos partidos do Centrão... Nas primeiras dificuldades, correu pro colo dos mandatários do Centrão e mandou o Guedes liberar o cofre pros seus cúmplices. Jair se faz de machão, mas gosta mesmo é do colinho do Arthur Lira e do Ciro Nogueira!

ADEMAR AMANCIO disse...

O Brasil,hoje,é um vale de lágrimas completo.

ADEMAR AMANCIO disse...

Todos os pobres que eu conheço falam,no tempo do Lula era melhor.