Folha de S. Paulo
Hipótese de dobradinha com Tarcísio é traçada
enquanto chefe do Banco Central ainda está na cadeira
Quando apareceu para votar com uma camisa da
seleção brasileira, Roberto
Campos Neto tinha a certeza de que continuaria no cargo mesmo que seu
candidato favorito perdesse a eleição. A autonomia do Banco Central foi
criada para dar estabilidade ao presidente da instituição, mas também abriu
margem para certos atrevimentos particulares.
Campos Neto nunca demonstrou a intenção de esconder seus aliados, amigos e afinidades partidárias. Sem subordinação formal ao governo desde 2021, almoçava rotineiramente com Paulo Guedes e participava de um grupo de WhatsApp com a equipe de Bolsonaro. Na eleição, segundo a revista Piauí, preparou um modelo matemático para ajudar a campanha do então presidente.
A lei de autonomia foi desenhada para obrigar
um governante a conviver, por dois anos, com um presidente do BC indicado por
seu antecessor. Nada proíbe que esse banqueiro central desfile com seus
aliados, amigos e afinidades partidárias. O problema começa a aparecer quando
essas relações passam a fazer parte de um projeto político.
A medalha dada a Campos Neto por deputados
bolsonaristas na Assembleia de São Paulo, na
segunda (10), entraria para o extenso rol de honrarias insignificantes da
política nacional não fosse a cortesia de Tarcísio
de Freitas ao oferecer um jantar para homenagear o presidente do BC e
fazer propaganda de um certo alinhamento entre os dois.
Além da simbólica dobradinha, o evento fez
com que deixasse de correr apenas à boca miúda a ideia de que Campos Neto
poderia ser ministro da Fazenda caso Tarcísio chegasse à Presidência, como
relatou o Painel S.A..
Um político influente com acesso à dupla disse a esta coluna que o próprio
chefe do BC já teria apontado essa possibilidade.
Se a comparação com Sergio Moro é inevitável,
a hipótese de Campos Neto tem um agravante: o plano é traçado enquanto o chefe
do BC ainda está sentado na cadeira, com pretensões que dependem,
necessariamente, do sucesso da oposição.
3 comentários:
Longe de mim ser bolsonarista ou algo do tipo, pois votei no atual presidente nas últimas eleições.
Mas fui procurar algumas informações sobre o presidente do Banco Central e descobri que a instituição foi premiada em Londres por uma publicação especializada como o melhor Banco Central do mundo, inclusive pela criação do Pix, algo que revolucionou o cotidiano de milhões de brasileiros.
😏😏😏
O Banco Central é autônomo, mas o presidente deste Banco não é independente, e este é sim politiqueiro e BOLSONARISTA, como o colunista bem argumentou!
Parabéns pela premiação,mas não confio em bolsonaristas,rs.
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