DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - José Serra é, obviamente, o maior beneficiário da desistência de Aécio Neves em concorrer à Presidência. Mas ele não gostou. Ou, pelo menos, não gostou do "timing".
Quando Aécio telefonou para comunicar a decisão, Serra pediu que adiasse qualquer movimento para janeiro, pelo menos. Aécio não lhe deu ouvidos.
Serra se vê empurrado para uma candidatura que considera prematura e para a discussão sobre o vice -que não soma, divide. E Aécio cai no turbilhão de afagos e pressões para ser vice. O PPS nunca reivindicou a vaga, o DEM abre mão para Aécio, e o PSDB não criou alternativas. É Aécio ou Aécio.
Quem conversou ontem com "aecistas" mineiros ouviu que ele não aceita "de jeito nenhum".
Mas quem consultou os demais tucanos e seus aliados teve certeza do oposto: Aécio vai alimentar a angústia e curtir a sua condição de homem mais paparicado do país, até acabar docemente convencido. Não agora, mais adiante.
O governo tem um presidente com 80% de popularidade, um discurso consistente, recursos poderosos e favoritismo no Norte e no Nordeste. Já a oposição tem a chance de ouro de juntar São Paulo e Minas, que abrigam em torno de um terço do eleitorado do país e onde Serra e principalmente Aécio têm forte popularidade.
Aécio, que não fez uma única referência a Serra na sua carta de despedida da candidatura, jura que quer disputar o Senado e concentrar esforços em Minas. Mas pense bem: o que ele lucra se Dilma vencer e o PT ficar mais 12 anos no poder? Vai ficar sentado na bancada de oposição, esperando para bater de frente com Lula em 2014?
Neste momento, Serra está emburrado, e Aécio, ressentido. Mas, queiram ou não os dois, Serra precisa de Aécio e Aécio precisa de Serra. Ou bem emergem juntos, ou correm o risco de ir para o beleléu, arrastando o PSDB e seus aliados com eles e com suas picuinhas.
BRASÍLIA - José Serra é, obviamente, o maior beneficiário da desistência de Aécio Neves em concorrer à Presidência. Mas ele não gostou. Ou, pelo menos, não gostou do "timing".
Quando Aécio telefonou para comunicar a decisão, Serra pediu que adiasse qualquer movimento para janeiro, pelo menos. Aécio não lhe deu ouvidos.
Serra se vê empurrado para uma candidatura que considera prematura e para a discussão sobre o vice -que não soma, divide. E Aécio cai no turbilhão de afagos e pressões para ser vice. O PPS nunca reivindicou a vaga, o DEM abre mão para Aécio, e o PSDB não criou alternativas. É Aécio ou Aécio.
Quem conversou ontem com "aecistas" mineiros ouviu que ele não aceita "de jeito nenhum".
Mas quem consultou os demais tucanos e seus aliados teve certeza do oposto: Aécio vai alimentar a angústia e curtir a sua condição de homem mais paparicado do país, até acabar docemente convencido. Não agora, mais adiante.
O governo tem um presidente com 80% de popularidade, um discurso consistente, recursos poderosos e favoritismo no Norte e no Nordeste. Já a oposição tem a chance de ouro de juntar São Paulo e Minas, que abrigam em torno de um terço do eleitorado do país e onde Serra e principalmente Aécio têm forte popularidade.
Aécio, que não fez uma única referência a Serra na sua carta de despedida da candidatura, jura que quer disputar o Senado e concentrar esforços em Minas. Mas pense bem: o que ele lucra se Dilma vencer e o PT ficar mais 12 anos no poder? Vai ficar sentado na bancada de oposição, esperando para bater de frente com Lula em 2014?
Neste momento, Serra está emburrado, e Aécio, ressentido. Mas, queiram ou não os dois, Serra precisa de Aécio e Aécio precisa de Serra. Ou bem emergem juntos, ou correm o risco de ir para o beleléu, arrastando o PSDB e seus aliados com eles e com suas picuinhas.
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