O líder da al-Qaeda, Osama bin Laden, responsável pelos atentados de 11 de Setembro, há dez anos, foi morto ontem no Paquistão, numa operação de 40 minutos comandada diretamente pela Casa Branca, com apoio paquistanês. O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou amorte do terrorista mais procurado do mundo num pronunciamento no fim da noite. Militares americanos estariam com o corpo de Bin Laden. “Em noites como esta”, afirmou Obama, “podemos dizer que a justiça foi feita”. O presidente americano frisou que “os Estados Unidos não esqueceram seus mortos” e que sua guerra é contra o terror, e não contra o islamismo.
EUA matam Bin Laden
Dez anos após o 11 de Setembro, líder terrorista é morto em operação no Paquistão
Fernando Eichenberg
Correspondente
A longa e incessante caça ao inimigo no -1 dos Estados Unidos desde o ataque de 11 de setembro de 2001, Osama bin Laden, foi encerrada ontem no Paquistão. O principal líder da organização terrorista al-Qaeda foi morto num complexo residencial na localidade de Abbottabad, próximo à cidade de Islamabad. O anúncio de sua morte foi feito ontem às 23h35m (hora local) pelo presidente dos EUA, Barack Obama, em um pronunciamento na TV direto da Casa Branca.
— A justiça foi feita. Foi um trabalho muito duro, muitas famílias tiveram que pagar um preço alto,mas esta noite elas viram o resultado — disse o presidente, afirmando que os EUA “não esquecem seus mortos” e conclamando os americanos a retomarem o sentimento de união demonstrado após os ataques terroristas de 2001. Obama revelou que informações de maior credibilidade sobreo paradeiro de Bin Laden haviam sido coletadas pelos serviços de inteligência no início do mês de agosto. Há uma semana, o governo avaliou que havia dados suficientes para que uma operação fosse deflagrada. Segundo o presidente, um pequeno grupo de soldados atacou oesconderijo, e o combate de 40 minutos resultou na morte do líder terrorista, sem vítimas pelo lado americano. Seu corpo foi colocado sob custódia das forças dos EUA. Segundo informações divulgadas, outras pessoas também foram mortas junto com o líder terrorista, inclusive uma mulher . O presidente ressaltou que os EUA não estão em guerra contra o Islã, afirmando que Bin Laden não era um líder religioso muçulmano, mas sim “um assassino em massa”, responsável pela mortes de um grande número de muçulmanos. De acordo com altos funcionários do governo, investigações mais aprofundadas sobre a possível localização de Bin Laden começaram em setembro do ano passado. Em março e abril deste ano, a CIA forneceu um dossiê mais completo à Casa Branca, e Obama deu sinal verde para que a operação fosse levada a cabo.
Obama ligou para ex-presidentes
Ontem, antes de falar à nação, Obama telefonou para os ex-presidentes George W. Bush eBill Clinton. Bush, que estava na Presidência no momento dos atentados de Nova York, considerou a morte de Bin Laden como “uma vitória para os EUA”. Diante da Casa Branca, uma multidão se reuniu mesmo antes do anúncio presidencial, exibindo a
bandeira nacional americana e celebrando a esperada, histórica e simbólica vitória sobre o arquiteto dos atentados em Nova York, ao Pentágono, em Washington, e ao avião na
Pensilvânia que causaram a morte de quase 3mil pessoas. Além dos ataques que derrubaram as Torres Gêmeas echocaram omundo, Bin Laden era também acusado por comandar dezenas de outros atentados, incluindo as explosões em duas embaixadas americanas na África, em 1998. Obama conseguiu o que seu antecessor,George W. Bush, tentou por todos os meios em seus dois mandatos, eentrará para aHistória como o presidente que eliminou um dos mais temíveis terroristas do glo-bo e uma das maiores ameaças para o país. Em um momento difícil para o governo, ainda envolvido com embates no Iraque, na guerra do Afeganistão e no recente conflito na Líbia, a morte de Bin Laden deverá alterar o tabuleiro na luta contra o terrorismo internacional e nos conflitos em que os EUA estão envolvidos. Ontem, os EUA colocaram suas missões diplomáticas pelo mundo em estado de alerta máximo, temendo represálias após oanúncio da morte do líder terrorista.
FONTE: O GLOBO
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