sábado, 4 de junho de 2011

Planalto já analisa nomes para lugar de chefe da Casa Civil

Apesar de manter seu apoio ao ministro Palocci, a presidente Dilma Rousseff já analisa nomes para substituí-lo e estuda mudanças no perfil do chamado “núcleo duro” do Planalto.

Para o lugar de Palocci iria uma “Dilma da Dilma”, alguém de perfil “técnico”.

Os nomes citados são os da ministra Miriam Belchior (Planejamento) e de Maria das Graças Foster, diretora da Petrobrás. Paulo Bernardo, das Comunicações, também é cotado.

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Paulo Bernardo, Miriam Belchior e Maria das Graças Foster são nomes cotados para possível troca-troca na Casa Civil

Valdo Cruz

BRASÍLIA - Diante do agravamento da situação do ministro Antonio Palocci (Casa Civil), a presidente Dilma Rousseff passou a analisar não só nomes para substituí-lo como a estudar mudanças no perfil dos titulares do cargos núcleo-duro do Palácio do Planalto.

Segundo a Folha apurou, ela cogita, num cenário de queda de Palocci, trocá-lo por um ministro de perfil "técnico", o que assessores da presidente tratam reservadamente como escalar uma "Dilma da Dilma".

Os nomes citados são o da ministra Miriam Belchior (Planejamento) e de Maria das Graças Foster, diretora da Petrobras. Foster, no início do ano, durante a montagem do governo, constou da lista de ministeriáveis.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, também é cotado entre assessores presidenciais como possível substituto de Palocci.

Apesar de considerar o momento delicado e grave, Dilma mantém seu apoio ao ministro, mas avalia que o futuro dele vai depender da repercussão das entrevistas dadas à Folha e à TV Globo.

Caso a repercussão seja negativa e a crise se agrave, Dilma, segundo assessores, espera que Palocci peça demissão, principalmente se a Procuradoria-Geral da República decidir abrir inquérito para investigá-lo.

Na hipótese de Palocci sair e a Casa Civil voltar a ser mais técnica, a presidente também deverá trocar o ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais) por um nome com mais trânsito político.

Nesse caso, o ministro Alexandre Padilha, hoje na Saúde e que já comandou a pasta no governo Lula, é considerado o nome ideal.

Outro cotado é o líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT-SP), abrindo espaço para uma composição interna dentro do PT, em guerra desde o início do ano por conta da disputa pela presidência da Câmara.

Outra hipótese, defendida por aliados, é a presidente entregar a articulação política a outro partido da base que não o PT. A pasta poderia ser entregue ao PMDB, na busca de evitar que o aliado trabalhe contra o governo como ocorreu na votação do Código Florestal na Câmara.

Essa solução esbarra na desconfiança de Dilma em relação aos peemedebistas, mas é considerada a ideal por alguns aliados para comprometer de vez o PMDB com o governo no Congresso.

Segundo assessores, a presidente sente falta de um ministro voltado para o comando do dia-a-dia do governo, papel que ela desempenhou no governo Lula.

Dilma confidenciou a assessores ter ficado surpresa com as informações sobre os negócios de Palocci, reveladas pela Folha há 21 dias -o patrimônio do ministro multiplicou por 20 nos últimos quatro anos por conta de seus trabalhos de consultor.

Em conversa reservadas, diz que foi avisada da existência da empresa de consultoria, mas não da dimensão dos negócios de Palocci, que faturou R$ 20 milhões apenas em 2010, ano da campanha presidencial. Por isso, ela tende a se preservar e evitar defesas enfáticas do ministro da Casa Civil.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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