sexta-feira, 30 de março de 2012

Greve dos rodoviários chega à Baixada Fluminense e provoca mais transtornos

Mais de 3 milhões de pessoas são prejudicadas por conta das paralisações na Baixada e Região Metropolitana.

RIO - A greve de ônibus que tumultua a Região Metropolitana chegou aos municípios da Baixada Fluminense. O sindicato que representa os rodoviários da Baixada, Centro-Sul Fluminense e outras cidades do interior decidiu entrar em greve nesta sexta-feira. O grupo reivindica aumento salarial de 16%, e de 50% na cesta básica.

Em Nova Iguaçu, dois carros da PM estão no terminal rodoviário do município. Alguns funcionários protestam contra os trabalhadores que não aderiram oa movimento. A greve também atinge Nilópolis, São João de Meriti, Belford Roxo, Mesquita, Paracambi, Seropédica e Itaguaí. Mais de 3 milhões de pessoas são prejudicadas por conta das paralisações na Baixada e Região Metropolitana.

A greve de rodoviários da Baixada Fluminense levou a Supervia a alterar a rotina da empresa nas estações. Em nota, a concessionária informou que está preparada para atender a possivel ampliacão da demanda de passageiros.

Nesta quinta, motoristas de coletivo que não aderiram ao movimento foram buscados em casa pois não tinham como ir trabalhar. Houve até casos de manobristas e garagistas assumirem o volante dos ônibus. “Isso pode até assustar a população, mas quero deixar claro que todos têm competência para fazer esse serviço”, afirmou o superintendente do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio (Setrerj), Márcio Barbosa, admitindo o improviso para substituir os condutores.

Apitaço em Niterói

No Terminal Rodoviário João Goulart, em Niterói, houve apitaço dos grevistas, que pedem, entre outras melhorias, aumento de 16%. O Departamento Estadual de Transportes Rodoviários (Detro) reforçou fiscalização nos municípios afetados pela greve. O órgão informou que os manifestantes cumpriram a exigência judicial de manter 40% da frota circulando. Fiscais passaram o dia nas ruas verificando se as vans intermunicipais estavam cobrando o valor certo da passagem, como forma de prevenir abusos.

Quatro escolas de Niterói, fecharam: Mestra Fininha e André Trouche, no Barreto; João Brazil, no Morro do Castro, e a Unidade Municipal de Ensino Infantil Margareth Flores, na Grota do Surucucu. As unidades de saúde do Centro e do Morro do Castro, no Fonseca, funcionaram parcialmente.

A greve aumentou em 19% o número de passageiros das barcas linha Charitas-Praça 15, mas reduziu o número de usuários em Arariboia. Muitos não conseguiram chegar à estação. O analista de sistemas Cosme Lorete Alves, 55, que mora em Itaboraí e trabalha em São Gonçalo, perdeu a paciência. “Entro às 8h, mas já são 10h30 e ainda não consegui pegar o segundo ônibus”. Rio Bonito, Arraial do Cabo e Cabo Frio, representados pelo mesmo sindicato de rodoviários, o Sintronac, não aderiram à greve.

Espera de mais de três horas no ponto

A espera pelo ônibus , ontem, chegou a três horas em alguns pontos de Niterói e São Gonçalo. Dos 3.767 ônibus que compõem a frota desses municípios mais Maricá, Itaboraí e Tanguá, só 751 — 19,9% — circularam. Com a greve, muitos trabalhadores tiraram o carro da garagem. Houve engarrafamento o dia todo na Rodovia Niterói-Manilha e nos acessos à Ponte Rio-Niterói.

A estudante Angélica Costa, 22 anos, ficou três horas na fila do terminal de Alcântara, em São Gonçalo. “Os ônibus já chegam lotados. Preciso ir ao Rio para trabalhar”, disse. A paralisação prejudicou o atendimento nos postos do Detran em Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Nessas unidades, o funcionamento foi precário de manhã. A situação só foi normalizada quando veículos do departamento foram buscar os funcionários em casa e uma equipe de apoio foi enviada aos postos prejudicados.

Nesta sexta à tarde, haverá audiência entre empresários e sindicalistas no Tribunal Regional do Trabalho. Além de 16% de reajuste salarial, os rodoviários querem aumento de 40% na cesta básica. Para o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj), a greve tem conotação política, pela proximidade das eleições no sindicato dos rodoviários.

FONTE: O DIA

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