Os ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF) concluíram há poucos dias a dosimetria das penas dos condenados
pelo mensalão, e a sociedade brasileira já assiste, atônita, à eclosão de mais
um escândalo de proporções avassaladoras gerado nas entranhas do Palácio do
Planalto.
A quadrilha da vez, que atuava junto ao
coração do poder, tem como protagonista Rosemary Nóvoa de Noronha, ex-chefe de
gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo, nomeada pelo
ex-presidente Lula.
O grupo cometeu crimes como tráfico de
influência, falsidade ideológica, violação de sigilo funcional e corrupção
ativa e passiva, cobrando propina de empresários em troca de pareceres técnicos
fraudulentos e atuando em favor de interesses privados junto a agências
reguladoras e vários órgãos federais como a Agência Nacional das Águas (ANA), a
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Advocacia Geral da União (AGU), o
Tribunal de Contas da União (TCU) e até o Ministério da Educação (MEC).
Rosemary, ou simplesmente Rose, como é
conhecida nas hostes petistas, não era um funcionária “mequetrefe”. Ao
contrário: tinha relação muito próxima com Lula e usava dessa influência para
beneficiar o grupo criminoso.
Paulo Vieira, na época diretor da ANA,
e seu irmão, Rubens, diretor da Anac, outros personagens nefastos que também
assinam mais este capítulo escabroso de corrupção, foram indicados aos
respectivos cargos justamente por Rose. A relação de Rose com o PT é antiga.
Durante 12 anos, ela foi assessora de José Dirceu, hoje condenado pelo STF como
chefe da quadrilha do mensalão.
Em 2003, primeiro ano do governo Lula,
passou a trabalhar no escritório da Presidência em São Paulo. Em 2005, foi
promovida a chefe da unidade. Com tamanha influência e um padrinho político de
peso, conseguiu um emprego para a filha e providenciou até um diploma falso
para o ex-marido.
Tão logo explodiu mais este escândalo
de corrupção, Lula apressou-se a dizer que foi “apunhalado pelas
costas”.Trata-se do mesmo discurso utilizado em 2005, quando afirmou não saber
das malfeitorias praticadas pelos mensaleiros, capitaneados por Dirceu, em
sórdidas negociatas a poucos metros de sala presidencial no Planalto.
A sociedade não aceita mais tamanha
desfaçatez. A desculpa esfarrapada de sempre, vinda de quem nunca sabe, nunca
vê e nunca ouve nada que se passa ao seu redor, debaixo do próprio nariz, é uma
afronta à inteligência da população.
Lula deveria vir a público para
esclarecer qual era o real poder de Rose e de que forma a proximidade com a
ex-assessora influenciava no governo. Dilma Rousseff também deve explicações à
nação, pois foi ministra da Casa Civil na gestão anterior.
A presidente não deve se limitar apenas
a afastar malfeitores flagrados em atos de corrupção, mas evitar que essas
práticas se repitam sistematicamente. Os brasileiros esperam os esclarecimentos
de Lula, Dilma e do PT, embora essa possibilidade seja remota, dado o histórico
de conivência do partido com a corrupção.
E assim caminha o país, com uma
sucessão de escândalos, de mensalão a ‘Rosegate’, vendo os cofres públicos
serem assaltados e as instituições, dilapidadas.
Deputado federal por
São Paulo e presidente nacional do PPS
Fonte: Brasil Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário