Minha absoluta solidariedade com o povo do Rio de Janeiro face à violência que vem sofrendo por parte de alguns grupos de marginais encapuzados que se infiltram e se aproveitam das justas manifestações populares que vêm abalando o país. Esses bandidos, organizados, orientados e agindo conscientemente, ainda não se sabe, com certeza, por quê e por quem, nesta última madrugada exibiram na cidade do Rio de Janeiro o seu caráter fascista atacando os pol
iciais sem terem sido provocados e destruindo o patrimônio público e privado.
O governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, vem sendo o alvo preferido dos transgressores da lei. Nesse sentido, como figura institucional, democraticamente eleito, ele merece o nosso respeito. Não há nada que justifique ações criminosas que não se submetam ao estado de direito democrático.
Ao mesmo tempo não podemos deixar de ressaltar a incapacidade do governo do Estado para enfrentar a situação. Até se compreende que é um fato novo a dimensão e a força das manifestações, em particular no Rio de Janeiro. Mas não se justifica não ter ainda o aparelho policial um trabalho de investigação que pudesse identificar e prender os responsáveis, que são minoria, pelas ações violentas. Muito menos é aceitável a justificativa pela inação policial a recente declaração dos governantes de que a necessária ação repressiva está limitada pelo acerto, um acordo, que o governo estadual fez com ONGs, em especial com instituições de defesa dos direitos humanos. Não é justificável que o Estado, representado pelo governo eleito pelo voto popular, abra mão de sua responsabilidade na manutenção da segurança de pessoas e de coisas. Ouvir tais entidades, sim, mas fazer acordos com elas como se tivessem delegação do povo para tanto, isso não!
Os episódios do Rio de Janeiro são graves e podem se reproduzir durante a visita do Papa. Aliás, em relação à essa, é risível a declaração do Secretário Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que o Papa não precisava de proteção, estava protegido por todo povo brasileiro... Olhem só o risco, se a segurança do Papa estiver dependendo dessa gente.
Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB, foi governador de S. Paulo
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