José Guimarães (CE) fez um pronunciamento na noite de segunda-feira (18) no qual negou que os dirigentes petistas presos por envolvimento com o escândalo do mensalão sejam "corruptos"
Da redação
A oposição na Câmara dos Deputados reagiu nesta terça-feira (19) contra às declarações do líder do PT na Casa, José Guimarães (CE), que na tribuna da Casa defendeu os dirigentes do seu partido condenados no processo do mensalão e acusou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de ser "política".
"É inaceitável dizerem que foi um julgamento político, quando sabemos que oito membros da Corte foram indicados pelo governo do PT", rebateu o líder do Democratas, Ronaldo Caiado (GO). "Seja lá quem praticou corrupção não pode ser elogiado nem enaltecido como herói. Ele tem que ser reconhecido como criminoso e, como tal, tem que pagar a pena determinada pela Justiça", emendou o parlamentar.
Pouco antes de Caiado subir à tribuna, Guimarães - que é irmão do deputado federal José Genoino (SP), condenado pelo STF e preso desde o final de semana em Brasília - fez um pronunciamento no qual negou que os dirigentes petistas presos por envolvimento com o escândalo sejam "corruptos" e os classificou de "construtores da democracia". O líder do PT também alegou que o STF sofreu pressões para chegar à sua decisão e afirmou que o julgamento dos petistas careceu de "provas materiais". Além de Genoino, estão presos na capital federal o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares, entre outros condenados no processo julgado pela Suprema Corte.
O líder da minoria, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), fez eco às críticas de Caiado e se disse "preocupado" com o discurso de Guimarães. "O que me preocupa é ver o PT recriminando quando a lei é feita", afirmou o tucano. No Plenário, Nilson Leitão classificou o mensalão de "um instrumento para fazer com que o governo Lula funcionasse de acordo com a vontade pessoal (do ex-presidente)". Ele cobrou ainda "humildade e autocrítica" do PT. "Não vamos aceitar que venham à tribuna dizer que não sabiam que não têm culpa e que isso tudo são ações políticas", concluiu.
Fonte: O Tempo (MG)
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