quarta-feira, 19 de março de 2014

Tucanos aumentam ofensiva para atrair PMDB em Minas

Aécio nega que FH tenha sido cogitado para compor chapa tucana para eleições

Ezequiel Fagundes e Júnia Gama – O Globo

BRASÍLIA e BELO HORIZONTE - Em mais um movimento do PSDB de Minas Gerais para atrair o PMDB à campanha do ex-ministro Pimenta da Veiga ao governo do estado, o governador Antonio Anastasia anunciou nesta terça-feira que deixa o cargo no dia 4 de abril para dedicar-se à coordenação e elaboração do plano de governo de Aécio Neves à Presidência. Em seu lugar, entra o vice Alberto Pinto Coelho, do PP. Anastasia era favorito à única vaga do estado para o Senado, mas não só concordou em abrir mão da disputa como já ofereceu aos peemedebistas a vaga de vice-governador de Minas e secretarias em um eventual futuro governo.

— Ninguém é candidato de si mesmo. O candidato decorre de uma composição de forças políticas — disse Anastasia.

O PSDB está investindo pesado para atrair PMDB e PSB para a coligação em Minas. A estratégia é tentar isolar a candidatura ao governo do ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Fernando Pimentel (PT). Desde 2002, PT e PMDB são aliados contra os tucanos.

Ontem, pela primeira vez, Anastasia defendeu uma coligação entre PSDB e PMDB no estado:
— A dinâmica política permite novas composições. O PMDB fazia parte da base do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Pessoalmente, não tenho preconceito com as conversas desde que elas sejam feitas com base nas bases programáticas que estão inspirando nosso governo ao longo destes anos.

O ex-ministro da Agricultura Antônio Andrade (PMDB), que retorna amanhã ao comando da legenda no estado, condenou o assédio do PSDB. Andrade prefere manter a coligação com o PT e disse que, em caso contrário, lançará candidatura própria:

— O PSDB não teria que nos procurar. Essa hipótese de coligação não deve nem ser cogitada. Eles tiveram tanto tempo e nunca nos deram oportunidade. Seria uma incoerência muito grande.

Divididos, os peemedebistas atiram para todos os lados. Uma ala defende a candidatura própria do senador Clésio Andrade, um dos réus do mensalão mineiro. Aliados do ex-ministro Andrade defendem manutenção da aliança com o PT. Já deputados da bancada federal não descartam qualquer hipótese, inclusive coligação com os tucanos. O partido tem ainda dois candidatos ao Senado: o ex-ministro Hélio Costa e o empresário Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José Alencar.

Aécio nega ter feito convite a FH
Em mais uma reunião para costurar alianças nos palanques regionais, Aécio Neves decidiu ontem, com os presidentes do DEM, José Agripino (RN), e do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), que os três partidos se coligarão no Rio Grande do Sul para as eleições proporcionais. A prioridade é uma alternativa que sirva à candidatura nacional. Nenhum dos três partidos tem candidato ao governo do estado, e a intenção é unir forças para aumentar o valor do apoio do grupo a um nome.
Aécio também negou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tenha sido convidado a integrar a chapa presidencial como seu vice.

— Seria uma honra para qualquer pessoa ter o presidente Fernando Henrique em uma chapa, mas isso não foi cogitado. Fernando Henrique é influente no processo eleitoral e hoje há uma compreensão ampla na sociedade da importância do governo FHC para chegarmos até aqui. Há sim uma vontade de tê-lo cada vez mais perto, de contar com seu engajamento, mas isso nunca foi cogitado — disse Aécio.

Segundo o senador, o nome do vice só deverá ser anunciado no final do mês de maio.

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