• Executivas nacionais das duas siglas anulam decisão de diretórios locais
Cristiane Jungblut – O Globo
BRASÍLIA- A Executiva Nacional do DEM enviou ontem ao Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal
um ofício anulando a aliança firmada no domingo pelo diretório do DF em favor da candidatura do ex governador José Arruda (PR) ao governo local. O DEM abandona assim a coligação formada na capital do país por PR, PTB, PMN e PRTB e também deixa de apoiar a candidatura do senador Gim Argello (PTB-DF) à reeleição.
Em novembro de 2009, Arruda apareceu num vídeo de 30 minutos, recebendo maços de dinheiro das mãos de Durval Barbosa, que, na época, era presidente da Codeplan, uma estatal do DF, e considerado seu braço-direito. Ele acabou preso em fevereiro de 2010, por tentar atrapalhar as investigações sobre o esquema. O vídeo teria sido gravado em 2006 e integrou a investigação feita pela Polícia Federal que levou ao escândalo conhecido como mensalão do DEM. Na época, a sigla decidiu expulsar Arruda do partido, mas, antes que isso acontecesse, ele se desfiliou.
O ofício comunicando a anulação do apoio à candidatura de Arruda foi encaminhada ao TREDF pelo presidente nacional da sigla, o senador José Agripino Maia (RN). No documento, Agripino informa taxativamente que a Executiva Nacional havia decidido “anular parcialmente a deliberação da convenção do DEM/ DF, na parte em que decidiu pela celebração de coligação para os cargos majoritários de 2014”. Em seguida, justificou a posição:
— O partido levou à desfiliação de Arruda há mais de quatro anos. Não havia nenhum sentido agora apoiar sua candidatura. Líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho seguiu a mesma linha:
— Dar apoio a Arruda era inaceitável — acrescentou.
Condenados por improbidade
Agindo assim, o DEM acompanhou posição adotada pelo PPS anteontem. Na terça-feira, o partido foi o primeiro a anunciar que sua Direção Nacional anulava a decisão que havia sido tomada pelo diretório local do PPS de fazer parte da aliança pela candidatura do ex-governador. Além disso, o presidente nacional da legenda, deputado Roberto Freire (SP), determinou uma intervenção no diretório do DF.
Apesar de ter sido condenado em primeira instância por improbidade administrativa, Arruda recebeu no dia 24 uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em seu favor e viabilizou sua candidatura ao governo pelo PR, seu novo partido.
A aliança que havia sido firmada em torno de seu nome inclui também o líder do PTB no Senado, Gim Argello (DF), que busca a reeleição. Com a saída de DEM e PPS, Argello também perde apoio, por se tratar de uma chapa única. l
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