quinta-feira, 3 de julho de 2014

Brasília-DF - Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Estremecidos
A Copa do Mundo praticamente uniu o Brasil em favor da Seleção, mas foi insuficiente para reatar as relações entre os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Renan acusou essa semana Henrique de "se sentar em cima" da indicação de Bruno Dantas para ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

Entre os senadores peemedebistas, há a suspeita de que essa "segurada" foi proposital e feita a pedido do governo. Existe uma tentativa de emplacar nessa vaga outros nomes, como o da ministra da Secretaria de Direito das Mulheres, Ideli Salvatti, do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ou do Advogado Geral da União, Luís Adams. Como não foi votado até agora, a perspectiva é de que a Casa só avalie depois das eleições.

Vargas na repescagem
Com a audiência pública de ontem no Conselho de Ética, o processo contra o deputado André Vargas (sem partido-PR) promete ter algum sucesso de votação até o fim do ano ou em pleno período eleitoral. Há quem diga que, se os deputados estiverem com dificuldades de eleição em seus estados, são bem capazes de vir a Brasília num esforço concentrado apenas para mostrar serviço e dizer que não compactuam com malfeitos.

Casquinha eleitoral
Os deputados petistas se revezaram nos microfones da Câmara e do Senado para mostrar que a "Copa do governo Dilma" está bombando. Reservadamente, entretanto, há quem diga que, se Dilma estivesse defendido mais a Copa do Mundo lá atrás, quando as dúvidas sobre a capacidade de o Brasil realizar esse belo evento eram imensas, ela teria faturado muito mais. Agora, o efeito político poderá ser menor.

Aposta tucana
O PSDB de São Paulo reza dia e noite para que Alexandre Padilha, do PT, tire votos de Paulo Skaf (PMDB) na corrida pelo governo estadual. Em caso de segundo turno, os principais aliados do governador-candidato, Geraldo Alckmin, acham mais fácil vencer Padilha do que Skaf.

Pressão serrista
Os aliados de José Serra lutavam até o último minuto de ontem para fazer com que Gilberto Kassab desistisse de concorrer ao Senado e ainda reclamavam que Geraldo Alckmin não havia conseguido tirar dona Marlene, esposa de Campos Machado, da disputa pela mesma vaga. As bicadas no ninho do PSDB em São Paulo parecem mesmo não ter fim. Quando alguém pensa que pacificou, vem outra crise.

O salvador/ O deputado Paulo Pereira da Silva (SDD) passou no gabinete do candidato Aécio Neves no Senado apenas para cumprimentá-lo pela escolha de Aloysio Nunes Ferreira como candidato a vice na chapa tucana à Presidência da República. Por sorte, lá estava o senador paulista: "Você me tirou muito da cadeia nos tempos da ditadura, até duas vezes num dia", disse o deputado, que, a amigos, completou depois: "Agora, ele vai nos ajudar a tirar a Dilma do governo".

Guerra em duas frentes/ Enquanto a presidente licenciada da Confederação Nacional da Agricultura Kátia Abreu luta pela renovação de seu mandato de senadora por Tocantins, o empresário Rui Prado concorre ao Senado pelo Mato Grosso de olho na CNA. Ele se licenciou da presidência da Federação de Agricultura do estado, Famato. Depois da eleição, ele e Kátia vão se enfrentar.

Se a moda pega.../ O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (foto), aprovou um pedido para que todos os candidatos a presidente da República compareçam à comissão em dias diferentes para expor seus planos em relação à política externa brasileira. Quer assim dar algum conteúdo maior ao debate eleitoral.

... Vai faltar horário/ Se as outras comissões decidirem fazer o mesmo, tanto no Senado quanto na Câmara, vai faltar espaço para tanto debate no Congresso Nacional.

Por falar em horário.../ Será que José Dirceu vai trabalhar no dia do jogo do Brasil? Mandem suas apostas para o twitter @denirothenburg.

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