sábado, 15 de outubro de 2016

Federação Israelita reage: ‘profunda revolta’

• Primeiro suplente do PSOL na Câmara, Babá é ligado à corrente

- O Globo

A Federação Israelita do Rio de Janeiro (Fierj) reagiu ao texto também na última quinta-feira. A entidade expressou “profunda revolta” com o posicionamento e afirmou que “poucas vezes se viu em um texto tão curto uma quantidade tão grande de mentiras e ódio”. A Fierj cobrou ainda que “a Direção Nacional do PSOL, assim como o candidato à prefeitura do Rio de Janeiro Marcelo Freixo, desautorizem pública e oficialmente este texto e retiremno do ar imediatamente”.

O caso provocou atritos até mesmo dentro da comunidade judaica. No sábado passado, a campanha de Freixo promoveu um encontro na Praça Afonso Pena, na Tijuca, pela “liberdade religiosa”, em que representantes de diversas religiões declararam apoio à sua campanha. Michel Gherman, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém e coordenador do Centro de Estudos Judaicos da UFRJ, manifestou seu apoio à candidatura do PSOL. Cobrado por judeus cariocas por causa do texto da corrente do PSOL, ele reclamou, em um post no Facebook, de estar sendo vítima de “linchamento virtual”.

GRUPO MINORITÁRIO NA LEGENDA
O principal político da Corrente Socialista dos Trabalhadores é o vereador Babá. Em 2012, circulou nas redes sociais um vídeo em que ele aparece queimando uma bandeira de Israel num ato a favor da causa palestina. Babá tentou nesta eleição mais um mandato como vereador, mas não conseguiu se reeleger, ficando como primeiro suplente do partido na Câmara dos Vereadores. Ele foi o sétimo mais votado entre os candidatos a vereador do PSOL, e a coligação do partido conseguiu seis cadeiras.

Para reiterar que os ataques a Shimon Peres configuram uma posição isolada dentro do partido, o PSOL afirma que a CST é uma corrente minoritária e lembra que o partido teve um candidato a vereador judeu, que baseou sua campanha na comunidade judaica. Foi Guilherme Cohen, que teve 1.890 votos.

O deputado federal Jean Willys foi outro integrante do PSOL a se posicionar, criticando a publicação. “Uma corrente minoritária e irresponsável do partido publicou um texto antissemita, odioso, absurdo e mal escrito numa rede social; um prato cheio para nossos adversários. (...) Freixo sempre foi contra o antissemitismo e sempre defendeu uma posição razoável com relação ao conflito israelense-palestino: a coexistência pacífica, dois estados para dois povos”, escreveu o deputado federal.

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